A operação foi denominada pela Greenpeace como “momentos-chave para o clima” e consistiu no roubo de cerca de 1500 chaves de veículos novos, a aguardar o momento de embarcar rumo a novos mercados no porto de Emden, na Alemanha. As autoridades acusam 30 a 40 activistas de terem participado, com a Volkswagen AG a revelar que foram afectadas praticamente todas as marcas do grupo.

O porta-voz da Greenpeace, Benjamin Stephan, recusou-se a classificar a acção como roubo, reivindicando que as chaves foram “apenas apreendidas temporariamente”, anunciando ainda que estão a ser transportadas para sul da Alemanha, para serem expostas numa exibição que vai ter lugar em Zugspitze, onde a Greenpeace afirma que as alterações ambientais já são visíveis.

Segundo Stephan, a associação ambientalista pretende convidar os executivos da Volkswagen a assistir à exibição, para de seguida devolver as chaves ao grupo germânico. Como os clientes fazem questão de não esperar indefinidamente pelo seus carros parados no porto e a Volkswagen se comprometeu com prazos de entrega que pretende cumprir, o construtor alemão prefere assumir um atraso na entrega de uma a duas semanas e fazer novas chaves. Isso, em alguns casos, poderá obrigar a fabricar igualmente os canhões das fechaduras, com um custo total de 1000€ por unidade.

Esta acção da Greenpeace a favor do clima e contra a Volkswagen AG é algo que faz pouco sentido, uma vez que este é o grupo que mais investiu na electrificação entre os construtores europeus, ou até mesmo entre os fabricantes tradicionais. Mesmo se a reivindicação oficial dos ambientalistas face à VW é o abandono da venda de modelos com motor de combustão apenas em 2035, isto num país em que 84 centrais a carvão ainda laboram diariamente e vão fazê-lo no mínimo até 2032.

O diálogo com o objectivo de conseguir a devolução das chaves, antes que a VW as possa substituir, continua. De qualquer forma, o grupo alemão já apresentou uma queixa formal contra a organização, como é habitual que aconteça sempre que uma empresa sofre prejuízos provocados por terceiros. Agora o tribunal irá decidir a penalização a aplicar à Greenpeace.

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