(notícia atualizada às 10h35 do dia 7 de julho)
Um jornalista holandês especializado em crime organizado foi esta terça-feira baleado na cabeça no meio de uma rua em Amesterdão, nos Países Baixos, encontrando-se hospitalizado em estado grave, adiantou a polícia local, acrescentando que foram disparados vários tiros.
O ataque a Peter R. De Vries, de 64 anos, ocorreu na Lange Leidsedwarsstraat, uma rua no centro de Amesterdão, havendo já várias imagens a circular nas redes sociais que mostram o jornalista caído no chão com ferimentos na cabeça.
#BREAKING: Dutch journalist and crime reporter Peter R. de Vries transported to hospital in critical condition after being shot in head in central Amsterdam; major police operation underway pic.twitter.com/aUKpubhhgW
— I.E.N. (@BreakingIEN) July 6, 2021
A polícia deteve, entretanto, três suspeitos, incluindo o possível atirador. De acordo a com a Reuters, as autoridades recusaram-se a prestar mais declarações, sabendo-se apenas que a área envolvente do tiroteio foi isolada e que a polícia está agora a recolher imagens captadas em vídeo, depoimentos de testemunhas e evidências forenses.
O jornalista ficou “gravemente ferido e está a lutar pela sua vida”, comentou Femke Halsema, presidente da Câmara de Amesterdão. “Ele é um herói nacional para todos nós. Um raro e corajoso jornalista que procurou incansavelmente a justiça.”
Peter R. De Vries é um jornalista conhecido nos Países Baixos devido às suas investigações sobre crimes e questões de crime organizado, tendo já atuado como informador em casos mediáticos no país, como o caso Marengo, que envolve assassínios e tráfico de droga.
Quando se soube que estava na lista negra do traficante de droga e líder da máfia holandesa Ridouan Taghi (que está em fuga), em 2019, Peter R. De Vries passou a ser protegido pela polícia após receber ameaças de morte.
O tiroteio desta terça-feira provocou comoção nos Países Baixos. O líder da extrema-direita, Geer Wilders, segundo a EFE, considerou o ato como “terrível”, enquanto o secretário-geral da Associação de Jornalistas dos Países Baixos, Thomas Bruning, chamou-o de “soco no jornalismo”. Também o primeiro-ministro Mark Rutte reagiu, ao considerar o ataque “chocante e incompreensível” e ainda um ataque à “imprensa livre”.
A emissora RTL confirmou que o jornalista estava a abandonar o estúdio televisivo, no centro de Amesterdão, quando foi atingido por um de cinco tiros.