O número de acidentes rodoviários aumentou em maio 45,4% em relação ao mesmo mês de 2020, mantendo-se a tendência de subida que se regista desde março, revelou esta quinta-feira a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

É de assinalar a evolução no mês de maio, em que todas a variáveis registaram aumentos face ao mês homólogo do ano anterior, este ainda sob influência do confinamento de 2020. Os acidentes subiram 45,4% em maio, mas as vítimas mortais aumentaram apenas 3%”, refere o relatório da sinistralidade a 24 horas, fiscalização e contraordenações de maio de 2021, sublinhado que os feridos graves aumentaram 21,95 e os feridos ligeiros 54,6%.

Segundo o documento, em maio registaram-se 2.590 acidentes rodoviários, que provocaram 34 mortos, 189 feridos graves e 3.044 feridos ligeiros.

Os dados do relatório mostram que os desastres nas estradas portugueses e o número de feridos, tanto ligeiros como graves, estão a aumentar desde março em relação aos meses homólogos de 2020, enquanto as vítimas mortais subiram em abril e maio.

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Portugal esteve este ano, entre 15 de janeiro e 30 de abril, em confinamento geral devido à pandemia de Covid-19, enquanto o estado de emergência esteve em vigor em 2020, entre 19 de março e 30 de abril.

A ANSR avança que nos primeiros cinco meses de 2021 registaram-se 9.105 acidentes com vítimas no continente, dos quais resultaram 108 vítimas mortais (ocorridas no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde), 633 feridos graves e 10.404 feridos leves.

“Neste período, verificou-se uma redução na maioria dos principais indicadores de sinistralidade, com diminuições de 319 acidentes (menos 3,4%), 23 vítimas mortais (-17,65) e 568 feridos leves (-5,2%), sendo a exceção os feridos graves, mais oito face a iguais meses de 2020 (1,3%)”, precisa o relatório, realçando que o índice de gravidade dos acidentes até maio foi inferior ao registado nos anos anteriores.

De acordo com a ANSR, os acidentes rodoviários diminuíram em 12 distritos, à exceção de Beja (10,2%), Braga (7,9%), Bragança (12,1%), Guarda (0,9%), Vila Real (1,2%) e Viseu (2,1%). O número de vítimas mortais aumentou, entre janeiro e maio, em Faro (57,1%), Lisboa (2,5%), Setúbal (50%) e Vila Real (100%).

O mesmo documento destaca também que nos distritos de Lisboa e Porto registaram-se 23,1% e 12,0% do total de vítimas mortais, bem como 15,5% e 8,5% dos feridos graves, respetivamente.

“Quanto à sinistralidade mais gravosa, observou-se que se acentuou principalmente nos distritos de Braga (+36,4%), Viseu (+33,3%) e Portalegre (+21,1%). Por outro lado, foi possível identificar as diminuições mais marcantes em Castelo Branco (-50,0%), Évora (-37,5%) e Viana do Castelo (-31,0%)”, indica a ANSR. A colisão foi a natureza de acidente mais frequente (52,5% dos acidentes), estando na origem de 32,4% das vítimas mortais e os despistes, apesar de apresentarem 35,2% do total de acidentes, foram responsáveis por 51,9% das vítimas mortais e 43,1% dos feridos graves.

A ANSR indica igualmente que os arruamentos são as vias com mais acidentes (65,9% do total) e a maior parte das vítimas mortais (74,1%) foram condutores, seguido dos peões (18,5%) e os passageiros (7,4%).

De acordo com o relatório, os automóveis ligeiros constituíram, entre janeiro e maio, 71,4% dos veículos intervenientes em acidentes.

Nos primeiros cinco meses do ano, 41,7% do número de vítimas mortais registou-se na rede rodoviária sob responsabilidade de dois gestores de infraestruturas: Infraestruturas de Portugal (peso de 37,0% no total) e Brisa (4,6%).