O hino “A Internacional” vai estar em destaque na edição deste ano do Encontro da Canção de Protesto, que vai decorrer em Grândola (Setúbal), de 10 a 12 de setembro, revelou esta quarta-feira a câmara municipal.
Organizado pelo município, no âmbito do Observatório da Canção de Protesto, a iniciativa integra, este ano, uma exposição, seis espetáculos musicais, três sessões testemunhais, uma mostra de cinema documental, uma sessão de canto livre internacional e um colóquio.
Segundo a organização, o programa é dedicado ao hino “A Internacional”, cuja letra original, em francês, foi escrita em 1871 por Eugène Pottier, assim como às canções da Comuna de Paris e aos discos de José Afonso, José Mário Branco e Sérgio Godinho gravados em 1971, em Hérouville (França).
O objetivo é assinalar os 150 do hino e da Comuna de Paris e os 50 anos das gravações, que este ano se comemoram, segundo a autarquia.
“A Internacional: 150 anos de um hino” é o título da exposição, organizada pelo Observatório da Canção de Protesto e idealizada para itinerância, que está prevista ser inaugurada no Jardim 1.º de Maio, no primeiro dia do encontro, às 18h00.
A seguir, o programa inclui o espetáculo “Se toda a gente se juntar: textos e canções da Comuna de Paris”, no mesmo local, pelo Coro da Casa da Achada — Centro Mário Dionísio.
À noite, no complexo desportivo José Afonso, é a vez de atuar o músico Sérgio Godinho, enquanto, no Jardim 1.º de Maio, tem lugar um espetáculo da cantora folk, compositora e ativista inglesa Grace Petrie, acompanhada pela The Resistance Band.
O Cine Granadeiro, no dia seguinte, é o “palco” escolhido para “um conjunto de sessões testemunhais” sobre “as geografias de Grândola Vila Morena, os discos de 1971 gravados em Hérouville” e o “hino ‘A Internacional'”.
António Mota Redol, Arturo Reguera, Joana Manuel, Maite Angulo, Susana Martins, Adelino Gomes, Francisco Fanhais, José Manuel Nunes, Sérgio Godinho, Ricardo Andrade, António Moreira, Carlos Moreira, Paulo Guimarães, Samuel Quedas e Hugo Castro são os protagonistas das sessões, na ocasião em que será também exibido o documentário “The Internationale”, de Peter Miller.
O espetáculo poético e musical “Sessão de Canto Livre Sem Muros nem Ameias”, com as atuações de Bernardo Fuster, Carlos Alberto Moniz, José Fanha, Luis Pastor, Paco Ibañez, Quico Pi de La Serra e Samuel Quedas, está marcado para essa noite, no complexo desportivo.
O último dia do Encontro da Canção de Protesto arranca com uma comunicação sobre “A função política e social da canção”, por Anthony Seeger, seguida de intervenções de Diana Dionísio, Mário Correia, Salwa Castelo-Branco e João Carlos Calixto, no Cine Granadeiro.
A atuação da banda portuguesa El Sur, no Jardim 1.º de Maio, e um espetáculo dedicado ao disco “Cantigas do Maio”, interpretado por Francisco Fanhais, João Afonso e a Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, com o convidado especial Rui Pato, são as outras iniciativas que preenchem o último dia do evento.
O Observatório da Canção de Protesto tem como objetivos o estudo, a salvaguarda e a divulgação do património musical tangível e intangível da canção de protesto produzido durante os séculos XX e XXI, através da realização de iniciativas culturais diversas.