Os organizadores do prémio Oceanos divulgaram esta quinta-feira as 54 obras que passaram à próxima etapa da seleção do galardão e anunciaram o lançamento de um canal no Spotify.

Entre os semifinalistas, estão, entre outros, nomes já celebrados da prosa e da poesia, como os brasileiros Angélica Freitas, Cristovão Tezza e Michel Laub, os portugueses Adília Lopes, Gonçalo M. Tavares, Lídia Jorge e H. G. Cancela, três autores dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (o angolano José Eduardo Agualusa, o cabo-verdiano Germano Almeida e o moçambicano Mia Couto), bem como o escritor timorense Luís Cardoso.

Para aumentar a disseminação das obras os organizadores do prémio criaram um canal no Spotify, no qual os autores dos 54 livros semifinalistas serão convidados a apresentar as suas obras.

Segundo a coordenadora geral do Oceanos, Selma Caetano, “a intenção é aproximar os autores contemplados dos leitores e destacar, de uma forma mais intimista, a boa literatura publicada em língua portuguesa no ano passado”.

Ao todo, o Brasil está representado por 16 romances, sete livros de poesia e sete de contos, totalizando 30 obras. De Portugal surgem 20 livros: oito romances, sete livros de poesia, três de crónicas, um de contos e um de teatro.

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De Angola, Cabo Verde e Moçambique foram eleitos três romances, um de cada país. Finalmente, Timor-Leste contou com um romance na lista.

Os organizadores frisaram que dos 54 livros semifinalistas, três foram editados em mais de um país: “O avesso da pele”, do brasileiro Jeferson Tenório, “O kit de sobrevivência do descobridor português no mundo anticolonial”, da portuguesa Patrícia Lino, e “O mapeador de ausências”, de Mia Couto, publicados no Brasil e em Portugal.

Essa edição reforça a maturidade e crescente importância do Prémio Oceanos no mundo da língua portuguesa. Em tempos tão duros de pandemia este prémio também reforça a capacidade transformadora da cultura“, observou o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron.

Desde 2016, as obras são inscritas em formato digital, podendo concorrer também livros publicados apenas na versão e-book. Todos os concorrentes são lidos e analisados por especialistas das literaturas brasileira, portuguesa e africanas, sendo que cada obra obtém três notas de diferentes jurados.

Nesta edição, entre maio e agosto, o júri inicial, formado por 95 professores de literatura, críticos literários, escritores, poetas e jornalistas de cinco países de língua portuguesa, analisou os 1.835 inscritos para eleger os 54 semifinalistas.

Além disso, o júri inicial elegeu, por votação interna, os 14 jurados que irão compor os dois júris até a escolha dos vencedores.

Entre agosto e novembro, o júri intermédio vai eleger as 10 finalistas. Entre novembro e o início de dezembro, o júri final, formado por outros sete profissionais, analisa os 10 finalistas para eleger os três vencedores.

Este júri, por sua vez, será composto pela angolana Ana Paula Tavares, pelos brasileiros Itamar Vieira Junior, Julián Fuks, Maria Esther Maciel e Veronica Stigger, e pelos portugueses António Guerreiro e Golgona Anghel.

Todos os livros inscritos concorrem entre si, independentemente do género literário.

O conjunto dos três prémios envolve um valor global de 250 mil reais (40,5 mil euros, no câmbio atual): 120 mil reais (19,5 mil euros), para o primeiro colocado; 80 mil reais (13 mil euros), para o segundo; e 50 mil reais (8.1 mil euros), para o terceiro.

A curadoria desta edição é formada pela linguista Adelaide Monteiro, de Cabo Verde, pela escritora e jornalista Isabel Lucas, de Portugal, e pelo jornalista Manuel da Costa Pinto, do Brasil, com coordenação da gestora cultural Selma Caetano.

Além do patrocínio do Banco Itaú e da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) de Portugal, o Oceanos 2021 conta com a parceria do Instituto Cultural Vale.