Cerca de 380.000 pessoas foram afetadas por fortes inundações no Sudão do Sul, onde as águas forçaram milhares de famílias a abandonar as suas casas, anunciou esta terça-feira a agência das Nações Unidas para a ajuda humanitária.

Cerca de três quartos dos afetados estão nos estados de Unity e Jonglei, afirmou o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) numa nota divulgada esta terça-feira e citada pela agência France-Presse (AFP), alertando que “são esperadas mais chuvas fortes e inundações nos próximos meses”.

“A acessibilidade é um grande desafio, com a maioria das áreas afetadas por inundações inacessível por estrada”, dificultando a entrega de ajuda humanitária, explicou a agência.

As inundações, desencadeadas pelas primeiras chuvas sazonais, devastaram terras agrícolas, levando gado e destruindo as frágeis casas tradicionais, um ano depois de fenómenos semelhantes terem afetado 700.000 pessoas.

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Cerca de 100.000 pessoas deslocadas no ano passado não puderam ainda regressar às suas casas, tendo as chuvas deixado algumas terras submersas durante mais de um ano, segundo a OCHA.

Além do mau tempo, o Sudão do Sul, independente desde 2011, enfrenta ainda as consequências de uma guerra civil de cinco anos que matou quase 400.000 pessoas entre 2013 e 2018.

Os combates, marcados por massacres étnicos, violações e abusos em massa aprofundaram o país e paralisaram a produção de petróleo.

Segundo um relatório do Banco Mundial de abril de 2021, 82% dos 11 milhões de habitantes do Sudão do Sul são pobres.