O Papa Francisco lamentou este sábado que a pandemia de covid-19 tenha semeado desolação e aumentado as tensões, acrescentando que também pode “constituir uma oportunidade para a sociedade construir um mundo melhor”.

“Lamentavelmente, a pandemia ainda não foi superada nem suas consequências económicas e sociais, sobretudo para a vida dos mais pobres que são graves”, observou, sublinhando que não só “empobreceu numerosas famílias”, como “semeou desolação e aumentou as tensões”.

“Face ao agravamento de múltiplas crises políticas e ambientais convergentes”, como a fome, a crise climática ou o problema das armas nucleares, o compromisso social e político “com a paz nunca foi tão necessário e urgente”, frisou o Papa, que falava numa audiência com a fundação Leaders para a Paz, criada pelo primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin.

O “desafio é ajudar governantes e cidadãos a enfrentarem problemas críticos como uma oportunidade”, sustentou, argumentando que “determinadas situações de crise ambiental, infelizmente agravadas pela pandemia, podem e devem provocar uma assunção de responsabilidades mais determinada, primeiro por parte dos quadros superiores, e, depois, também a níveis intermédios e por todos os cidadãos”.

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O papa encorajou ainda as sociedades a promoverem “a dignidade do ser humano, o respeito pela história, sobretudo se estiver ferida e marginalizada” num mundo “que acolha e escute todos”.

A covid-19 provocou pelo menos 4.539.397 mortes em todo o mundo, entre mais de 218,96 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.