A coordenadora do BE denunciou, esta sexta-feira, que o Programa de Recuperação e Resiliência não chega para as necessidades na habitação e fica longe das promessas do Governo em 2017, apelando ao voto no partido para cumprir este direito.

Catarina Martins participou na noite desta sexta-feira num comício da campanha autárquica no centro de Aveiro, um concelho no qual o partido ficou a cerca de 400 votos de conseguir eleger um vereador em 2017, voltando a candidatar o deputado Nelson Peralta nas eleições de 26 de setembro para conseguir esse objetivo.

Na moldura que compunha uma das laterais do palco podia ler-se “habitação” e foi precisamente sobre este tema que incidiu o discurso da líder do BE, que fez em Aveiro o primeiro apelo ao voto explícito nesta corrida eleitoral.

“Precisamos dessa política nova, é para essa política nova que convido cada um, cada uma. Dia 26 de setembro votar no Bloco de Esquerda é abrir a porta ao direito à habitação”, afirmou.

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Antes, Catarina Martins tinha voltado ao Programa de Recuperação e Resiliência, um tema que tem marcado esta campanha eleitoral um pouco por todas as caravanas, mas desta vez focada na questão da habitação.

“O que está programado agora no Programa de Recuperação e Resiliência não fica nem de perto nem de longe próximo das 170 mil casas que o Governo tinha prometido em 2017 e não chega sequer para as pessoas que estão numa situação absolutamente vulnerável e precisam mesmo de uma casa”, denunciou.

A líder do BE começou por recomendar que as pessoas estejam atentas ao que tem dito o Governo e o PS sobre a questão.

“O Governo – ora como Governo ora como Partido Socialista, também não vem agora ao caso – vai anunciando milhões. Milhões para aqui, milhões para acolá. Há sempre um milhão num anúncio e, no meio de tantos milhões que são anunciados, às vezes, esconde-se que o que está programado não são mais casas, mas menos casas do que tinha sido o compromisso em 2017”, criticou.

Em 2017, recordou Catarina Martins, “havia o compromisso de, até 2026, haver em Portugal 170 mil casas com preços controlados, com intervenção pública para garantir o direito à habitação”.

“Sabem quantas casas prevê o Programa de Recuperação e Resiliência? 26 mil. Passamos de 170 mil para 26 mil. Enquanto se atiram muitos milhões de propaganda, foi-se retirando no que era mais importante que é o acesso à habitação neste país”, afirmou.

Mas a coordenadora do BE trazia mais números para sustentar esta ideia e deu como exemplo os últimos levantamentos que referem que há 46 mil famílias em Portugal a precisarem de habitação com urgência.

“Aquilo que nós precisamos sim é desse investimento grande na habitação. Nós queremos essas 170 mil casas. não desistimos delas. Fizemos as contas e sabemos que as podemos pagar”, pediu.