O presidente do PSD pediu esta quarta-feira aos portugueses que sejam consequentes com as críticas que fazem aos políticos que “prometem, prometem e não cumprem”, reiterando as acusações de contradição a António Costa no dossier da Galp.
À margem de uma ação de campanha com os candidatos à Câmara de Vila Franca de Xira, na Póvoa de Santa Iria, Rui Rio foi questionado sobre o artigo que o líder do PS e primeiro-ministro assina esta quarta-feira no Público centrado nas declarações que fez em maio e no passado domingo sobre o encerramento da refinaria de Matosinhos.
“Esse artigo não altera nada do que foi dito. A insensibilidade social da Galp não é de agora, é de antes do Natal, a reação do primeiro-ministro, se fosse coerente, tinha sido lá atrás, assim não faz sentido”, apontou, considerando que as críticas duras de Costa à Galp no passado domingo “contradizem o que disse há quatro meses meramente porque há eleições autárquicas”.
Somando estas contradições ao que chama de promessas que António Costa tem vindo “a disparar de rajada”, Rio pede aos portugueses que ponderem a sua postura nas eleições do próximo domingo.
“As pessoas criticam e dizem que os políticos todos que prometem, prometem e depois não cumprem. Esses mesmos portugueses no dia 26 vão votar e o PS, na sua política nacional, não fez outra coisa que não fosse isso”, considerou.
Por isso, defendeu, “se as pessoas votarem contra uma política e um discurso deste género são consequentes com as críticas que fizeram”.
“Se não o fizerem, depois podem criticar, mas aqueles como eu, que sou muito parcimonioso a prometer, olham para o panorama e dizem: ‘as pessoas criticam, mas afinal até gostam do que o dr. António Costa andou a fazer estes quinze dias”, afirmou.
O presidente do PSD foi ainda questionado sobre como teria lidado com a decisão da Galp de encerrar a refinaria de Matosinhos e deixou claro que não poderia impedir uma decisão de uma empresa privada.
“Mas, o Governo tem uma posição de acionista na Galp e podia influenciar, não no sentido de dar uma lição, mas de as coisas serem mais bem vistas”, afirmou, considerando que, sendo a Galp uma “empresa rentável” e que funciona num mercado “não muito exigente” poderia ter ido mais longe em matéria social.
Na Póvoa de Santa Iria, a sua última ação na campanha autárquica em Portugal Continental antes de voar para os Açores, Rui Rio tinha à sua espera poucas dezenas de pessoas e apenas visitou algumas lojas de um pequeno centro comercial local, acompanhado do candidato à Câmara, David Pato Ferreira, de apenas 29 anos.
A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira é presidida pelo PS desde 1997.
O atual executivo é presidido por Alberto Mesquita, que não se recandidata ao cargo, e é composto por cinco eleitos do PS (incluindo o presidente), um da coligação “Mais” (PSD/MPT/PPM), quatro da CDU e um do BE.
Concorrem à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira Fernando Paulo Ferreira (PS), Joana Bonita (CDU), David Pato Ferreira (PSD/CDS-PP/MPT/PPM), Carlos Patrão (BE), Adélia Gominho (PAN) e Barreira Soares (Chega).