A Volkswagen continua “indisponível” para encontrar “soluções adequadas” para todos os clientes prejudicados pelo Dieselgate, o escândalo das emissões poluentes que rebentou em setembro de 2015. O comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, sublinha que “todos os consumidores têm de ser indemnizados, não apenas os alemães” – e já o disse à empresa, diretamente, numa carta enviada no ano passado.

Seis anos após o escândalo, lamenta Didier Reynders, “houve algumas decisões judiciais que mostraram o tratamento injusto que a Volkswagen deu aos clientes mas, no entanto, a fabricante automóvel continua indisponível para trabalhar com as associações de consumidores para encontrar soluções adequadas”.

Até ao momento, a Volkswagen só aceitou compensar os consumidores lesados que viviam na Alemanha na altura em que compraram os carros que foram equipados com os kits de alteração das emissões poluentes que detetavam quando os veículos estavam a ser testados – as emissões reais, depois, eram muito maiores. Na maioria dos casos, a Volkswagen chamou os carros para uma “atualização” que, garantiram vários automobilistas, alteraram o desempenho e a condução (além de baixarem em muito o valor de mercado desses carros, no mercado de usados).

Mas foi com base nessas “atualizações” que a Volkswagen alegou que não tinha de indemnizar os clientes, de uma forma geral, porque a marca garante que os carros não perderam qualquer rendimento por ter sido feita essa intervenção. O facto de a Comissão Europeia ter recuperado o tema em comunicado, esta terça-feira, pode deixar antever uma subida da pressão europeia em relação à gigante automóvel.

A carta enviada por Didier Reynders à Volkswagen, no ano passado, pode ser lida na íntegra (em inglês) nesta ligação.

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