Quase 10 anos depois, o Grupo Volkswagen continua a arrastar o caso Dieselgate que muitos julgavam já resolvido. Sabe-se agora que um grupo ambientalista germânico, o Deutsche Umwelthilfe (DUH), acusou o software desenvolvido para tentar reparar o problema de continuar a enganar o sistema de medição, emitindo mais poluentes do que é legalmente permitido. E o juiz deu-lhe razão e considerou que o Dieselgate, que essencialmente consistiu na aplicação em 11 milhões de modelos do grupo alemão de um software ilegal, foi reparado graças a um novo software que… também é ilegal.

A queixa do DUH, que acusou a correcção do programa de gestão do motor de continuar ilegal, ainda que por outros motivos, provou que o motor 2.0 TDI, do tipo EA-189, desliga o mapeamento que lhe permite reduzir as emissões poluentes, mantendo-as dentro dos limites legais, sempre que a temperatura é baixa e o motor ainda está frio. Isto significa que, durante estes períodos, o motor 2.0 TDI polui acima do que é legalmente permitido. E esta unidade motriz ainda continua a equipar uma série de modelos, da VW à Audi, passando pela Skoda e pela Seat.

Ao dar razão aos queixosos, em linha com uma decisão similar que tomou há cerca de um ano, o tribunal revogou a anterior autorização concedida ao conglomerado germânico, que permitiu ultrapassar a controvérsia do Dieselgate com uma actualização de software, em vez de obrigar a substituir todo o hardware em todos os veículos envolvidos.

O Grupo Volkswagen admitiu à Bloomberg que não há forma de resolver o problema dos motores com software ilegal, avançando que vai apelar da decisão. Mas se não o conseguir fazer (e é bem possível que isso aconteça), então é provável que tenha de realizar uma chamada às oficinas de vários milhões de veículos, operação essa que seria extremamente trabalhosa e onerosa. Com a agravante que a associação ambientalista DUH não pretende ficar por aqui, uma vez que já processou igualmente construtores como a BMW, Mercedes e Fiat, num total de 18 fabricantes.

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