O Governo moçambicano e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) vão avaliar na terça-feira, em Pretória, África do Sul, como tem decorrido a missão militar conjunta em Cabo Delgado, anunciou esta segunda-feira o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi.

“Convidados pela ‘troika’ do órgão para a cooperação nas áreas da política, defesa e segurança da SADC, faremos a avaliação do empenho da força de estado em alerta [Missão da África Austral em Moçambique, SAMIM, sigla inglesa] nos três meses inicialmente previstos, prestes a findar”, disse o chefe de Estado.

Nyusi falava num discurso durante as cerimónias do Dia da Paz, que se assinala esta segunda-feira em Moçambique, feriado alusivo à assinatura do Acordo Geral de Paz, em 1992, entre o governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a SADC permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas de Cabo Delgado onde havia rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

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A SAMIM chegou ao terreno a 9 de agosto e anunciou estar totalmente operacional a 3 de setembro.

Juntando forças de diferentes países, a missão serve um mandato de seis pontos centrado em apoiar o estado moçambicano a tornar segura a província de Cabo Delgado e dar apoio aéreo, marítimo, logístico e de treino militar, recorda-se no comunicado.

O mandato inclui ainda o apoio às operações humanitárias.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.