(artigo atualizado às 11h30)

Em meados de agosto, a comissária da Polícia Metropolitana de Londres afirmava que “ninguém estava acima da lei”, ao mesmo tempo que anunciava que as autoridades iam rever as alegações de abuso sexual que recaem sobre o príncipe André — o caso seria revisto à luz da investigação nos Estados Unidos, mas não seria aberta uma investigação formal. Agora, a mesma força policial informa: “Nenhuma ação adicional será tomada”.

Os agentes da polícia metropolitana tomaram conhecimento de um documento divulgado em agosto de 2021 como parte de uma ação civil dos Estados Unidos. Esta revisão foi concluída e não estamos a tomar nenhuma ação adicional”, disse a Scotland Yard no domingo.

A decisão foi comunicada na noite de domingo e surge depois de a polícia analisar as alegações que relacionam o filho da rainha Isabel II e Jeffrey Epstein, o controverso investidor norte-americano condenado por abusar sexualmente de menores. Em causa está a acusação de Virginia Giuffre, uma das alegadas vítimas de Epstein, cujos advogados deram entrada, em agosto, com um processo contra o príncipe André no tribunal federal de Manhattan, em Nova Iorque — segundo a acusação, o duque de York abusou de Giuffre em várias ocasiões quando esta era ainda menor. O membro da família real britânica continua a negar todas as alegações.

A Metropolitan Police avaliou vários documentos, incluindo um divulgado em agosto deste ano, parte integrante do processo em solo norte-americano movido pela defesa de Virginia Giuffre contra o duque. Feita a análise do mesmo, não serão tomadas ações adicionais — de acordo com o The Sunday Times, a polícia contactou Giuffre sobre as acusações, embora não seja claro se obteve ou não uma declaração oficial da mulher que atualmente vive na Austrália. Embora a análise esteja “completa”, a polícia continuará a colaborar com outras entidades face à investigação relacionada com Epstein.

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A polícia britânica também confirmou que concluiu a investigação das acusações de tráfico e maus-tratos de mulheres e jovens menores de idade contra a britânica Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Jeffrey Epstein. Essas acusações foram divulgadas em junho pelo canal de televisão britânico Channel 4 News. “Também revimos as informações fornecidas por uma organização de comunicação social em junho de 2021. Esta revisão foi concluída e nenhuma ação adicional será tomada”, disse a polícia, sem fornecer maiores detalhes.

O príncipe Andrew é acusado de ter “agredido sexualmente” Virginia Giuffre, então menor, em três ocasiões: em Londres, na casa de Ghislaine Maxwell, e nas propriedades de Jeffrey Epstein em Nova Iorque e nas Ilhas Virgens.

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A notícia surge numa altura em que também o The Sunday Times revela que dificilmente André retomará as funções públicas, depois de no final de 2019 se ter afastado na sequência de uma entrevista desastrosa onde tentou defender-se das acusações de Giuffre. “Não há nenhuma maneira no mundo de ele voltar”, disse um amigo do duque de Cambridge ao jornal já citado: “O William não é fã do tio André”. Além disso, os irmãos do duque — os príncipes Carlos, Ana e Eduardo — terão chegado a acordo em janeiro deste ano, durante uma reunião secreta, que André nunca poderia voltar aos deveres reais.