Os combustíveis voltam a aumentar esta segunda-feira, conforme anunciado na semana passada. São mais 1,5 cêntimos por litro na gasolina e no gasóleo, que praticamente anula a quebra de dois cêntimos na gasolina e um cêntimo no gasóleo, resultante duma descida temporária do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP) cobrado pelo Estado.
Contas feitas, em relação a sexta-feira — visto que a medida do Governo entrou em vigor no fim de semana —, a gasolina está mais barata meio cêntimo por litro (0,005 euros) e o gasóleo está mais caro meio cêntimo.
Nas últimas seis semanas, a gasolina aumentou cinco cêntimos e o gasóleo oito cêntimos, mas as subidas começaram no início do ano e já totalizam 30 e 25 cêntimos por litro, respetivamente. Desde 2015, que não se atingiam valores tão altos de combustível e, na semana passada, houve já postos a vender gasolina acima dos dois euros.
O imposto não ia baixar, mas baixou (pouco). O que mudou na política para os combustíveis?
A medida do Governo, que baixa o imposto com base na devolução dos ganhos com o IVA, no total de 90 milhões de euros, é uma redução a “título extraordinário e temporário”, uma vez que se prevê que a diminuição da matéria-prima a curto ou médio prazo.
Portugueses aproveitam domingo para abastecer com combustível mais barato em Espanha
As subidas no preço do combustível em 2021 — esta segunda-feira, pela 36.ª vez — resultam de vários fatores que fazem aumentar o preço da matéria-prima, como as restrições dos exportadores ou o aumento da procura com a reabertura da economia, limitada pela pandemia de Covid-19. O preço reflete também o aumento nos custos dos transportes, operações portuárias e seguros.
Preço dos combustíveis voltou a aumentar, praticamente anula a descida anunciada pelo Governo
Um empresário ouvido esta manhã pela rádio Observador, não estava no posto de combustível para encher o depósito — isso já tinha feito ontem —, mas para um café. Ainda assim contou que um depósito que conseguia encher com 95 euros há dois anos, agora requer 125 euros. O empresário lamenta o aumento dos custos, uma vez que tem de fazer viagens entre o norte e o sul do país, e destaca a diferença em relação a Espanha onde a empresa também está representada.
Cidadãos e camionistas prometem recorrer a greves no abastecimento como forma de protesto contra o aumento dos preços. A primeira ação foi marcada para sexta-feira passada, outras estão agendadas para os dias 21, 22, 28 e 29 de outubro.