A Guarda Nacional Republicana (GNR) registou desde 1 de janeiro 64 crimes associados a bullying e fez 1.008 ações de sensibilização para mais de 34.113 crianças e jovens dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos.
Em comunicado para assinalar o Dia Mundial do Combate ao Bullying, que se assinala esta quarta-feira, a GNR adianta que as ações de sensibilização foram realizadas em 422 estabelecimentos de ensino público e privado, segundo dados provisórios.
Na nota, a GNR deixa um alerta à população em geral e, em particular, as crianças e jovens, para a relevância do tema numa altura em que milhares de crianças e jovens regressaram às atividades letivas após os períodos atípicos de confinamento e de interrupções reiteradas provocadas pela pandemia de Covid-19.
O objetivo é, segundo a GNR, apelar a “uma estratégia de consciencialização, que visa contribuir para a mudança de comportamentos da sociedade e para a progressiva intolerância social face à violência nas escolas”.
A GNR lembra que a “violência ocorre fora da visão dos adultos e grande parte das vítimas não reage ou denuncia a agressão sofrida, pelo que esta sensibilização é extensível aos pais, professores e funcionários pelos sinais de alerta que devem procurar denunciar e saber reconhecer, nas escolas e em ambiente familiar”.
Recorda igualmente que o bullying “é um conjunto de atos que servem para descrever situações de violência física ou psicológica, intencionais e reiteradas, praticados por uma ou mais pessoas no contexto de uma relação desigual de poder, causando dor e angústia na(s) vítima(s)”.
A GNR destaca que atualmente, e associado ao recurso às novas tecnologias, nomeadamente as redes sociais, o bullying tem assumido novos contornos, dando origem à vertente virtual do ciberbullying.
“Por norma os sinais de alerta são silenciosos, aconselhando-se os pais, professores e todos os cuidadores a estarem atentos a sinais, tais como alterações de humor, abatimento físico e/ou psicológico, sinais de impaciência ou ansiedade, queixas físicas permanentes (dores de cabeça, de estômago, perturbações no sono, nódoas negras), irritabilidade extrema, ou qualquer outra mudança de comportamento”, realça a guarda.
Além das ações de sensibilização, a GNR destaca que os seus Postos Territoriais dispõem de uma sala de apoio à vítima, destinada a receber este tipo de situações que contam ainda com militares com formação especializada (Apoio a Vítimas Específicas e militares da estrutura de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário).
Estes militares realizam um acompanhamento personalizado às vítimas de bullying, encarregando-se de encaminhar as vítimas para outras instituições com competência neste âmbito.
Também a PSP destacou em comunicado para assinalar a efeméride ter registado “uma tendência decrescente” das situações de bullying nas escolas desde o ano letivo 2013/2014 com os casos de agressões físicas a diminuírem e as injúrias e ameaças entre os jovens a aumentaram.
A PSP alerta para este fenómeno, principalmente no meio escolar, estando a realizar uma operação de sensibilização nas escolas do primeiro, segundo e terceiro ciclo até ao dia 29.
No comunicado, a Polícia de Segurança Pública dá conta que a operação “Bullying é para fracos”, iniciada na segunda-feira, decorre por ocasião do Dia Mundial do Combate ao Bullying e abrange crianças e jovens dos 6 aos 15 anos.