A família real espanhola presidiu esta sexta-feira à cerimónia de entrega dos Prémios Princesa das Astúrias, em Oviedo, que este ano homenageou, entre outros, sete cientistas pelo seu papel no desenvolvimento de algumas das vacinas contra a Covid-19.
O ato solene voltou ao seu cenário tradicional, no Teatro Campoamor de Oviedo, a capital do Principado das Astúrias (noroeste da Espanha), depois de a pandemia do ano passado ter forçado a sua deslocação para outro local onde foi realizado sem audiência.
A sala onde se realizou a cerimónia desta sexta-feira teve uma capacidade limitada a 60% dos 1.313 lugares disponíveis.
Receberam o Prémio Princesa das Astúrias para a Investigação Científica e Técnica 2021 sete cientistas e médicos que contribuíram ao desenvolvimento de várias vacinas contra a Covid-19: a bióloga húngara Katalin Karikó; o imunologista americano Drew Weissman; os médicos alemães Ugur Sahin e Ozlem Tureci; o biólogo canadiano Derrick Rossi; a vacinologista britânica Sarah Gilbert; e o bioquímico americano Philip Felgner.
Foram ainda distinguidos a jornalista e escritora feminista Gloria Steinem (Prémio para a Comunicação e Humanidades), o chefe de cozinha, empresário e filantropo José Andrés (Concórdia) e Teresa Perales (Desporto).
A lista de vencedores da edição 2021 foi completada pelo escritor e argumentista Emmanuel Carrère (Literatura), a artista sérvia Marina Abramovic (Artes), a ONG Campaign for Female Education (Cooperação Internacional) e o economista Amartya Sen (Ciências Sociais), o único vencedor que esteve ausente devido a razões médicas.
Além do discurso tradicional do Rei Felipe VI, a princesa Leonor, que viajou para Oviedo desde a escola no País de Gales (Reino Unido) onde estuda desde finais de agosto, também interveio, fazendo assim a sua terceira aparição na cerimónia depois de fazer a sua estreia em 2019 com a idade de 13 anos, a mesma idade que o seu pai tinha em 1981 quando, no mesmo local, tomou a palavra pela primeira vez.
Felipe VI expressou a sua solidariedade, e a de toda a Espanha, com o povo da ilha de La Palma (Canárias), que sofre há mais de um mês de uma “tremenda erupção vulcânica” que fez com que muitos dos seus habitantes perdessem tudo, assegurando que não serão esquecidos.
O monarca usou uma das suas primeiras palavras durante o discurso da cerimónia dos Prémios Princesa das Astúrias para recordar que todos os olhos ainda estão postos em La Palma, para cujos habitantes tinha “uma recordação muito especial, necessária, mas acima de tudo muito sentida e afetuosa”.
Por seu lado, a princesa Leonor sublinhou o papel dos jovens, que ela disse “terem muito para contribuir” e devem ser “importantes” para alcançar um “mundo mais sustentável, mais justo e melhor para todos”.
Aos galardoados, a herdeira do trono salientou que são “um guia essencial para todos” e também para ela, pois “enchem-na de força para continuar a assumir as suas responsabilidades e a trabalhar sempre com o maior empenho”.
Cada galardoado recebeu, entre outras coisas, uma escultura do pintor e escultor espanhol Joan Miró, criada especificamente para os Prémios Princesa das Astúrias.
Os prémios foram instituídos em 1980 pelo então herdeiro ao trono de Espanha, o jovem Felipe, Príncipe das Astúrias, com o objetivo de “consolidar a ligação entre o principado e o Príncipe das Astúrias e de contribuir para encorajar e promover os valores científicos, culturais e humanistas que são parte da herança universal da humanidade”.
Com a ascensão ao trono de Felipe VI como rei de Espanha, em 2014, a fundação e os prémios foram renomeados para “Prémios Princesa das Astúrias”, de acordo com o género da nova herdeira ao trono espanhol, Leonor, Princesa das Astúrias.