Cerca de 200 dias depois, o leilão para atribuição do 5G terminou. Na quarta-feira, soube-se que a Vodafone, a Nos, a Meo, a Nowo, a DixaRobil e a Dense Air vão poder disponibilizar o acesso a esta tecnologia de telecomunicações em Portugal. Contudo, o que é que isto significa para o consumidor final? Resumidamente, que vai ter velocidades de internet móvel mais rápidas. No entanto, isso não significa que todas as promessas que pode ouvir de um mundo conectado futurista possam acontecer já amanhã.

Começando pelo início: o 5G é o nome que se dá à próxima geração de redes de telecomunicações e que vai substituir o 4G, ou o mais recente 4G+, que usamos atualmente. O nome pode ser traduzido para “quinta geração de internet móvel”. Na prática, é o nome que se dá à tecnologia sem fios que usaremos para comunicar e que, nos próximos 10 anos (presume-se), vai substituir o 4G, oferecendo velocidades mais rápidas e a possibilidade de mais equipamentos poderem estar ligados entre si. Ou seja, assim que esta tecnologia estiver massificada — o que ainda não aconteceu — será a base para a utilização de tecnologias como carros autónomos ou outras inovações.

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Em 2019, quando o Observador experimentou esta inovação na Coreia do Sul, o primeiro país do mundo a lançar estas redes, explicámos um pouco o que é que isto significa com recurso ao primeiro smartphone com esta tecnologia, o Samsung Galaxy S10 5G. A principal vantagem foi, inegavelmente, a questão da velocidade: downloads de 334 megabits por segundo, uma velocidade bem superior aos cerca de 22 megabits que conseguíamos na altura normalmente em Portugal com o 4G (e até do que o que conseguimos alguns Wi-Fi doméstico).

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Esta velocidade cativa qualquer pessoa que não consiga viver sem estar online. Porém, para o uso quotidiano dos dados móveis — enviar mensagens, fazer videochamadas ou aceder à internet –, isto não significa que vá notar uma grande diferença. Então, para que é que as operadoras investiram tantos milhões de euros no 5G? Usamos as palavras de DJ Koh, que na altura era presidente executivo na Samsung para mobile (agora é de toda a empresa), para responder. Na altura, o executivo resumiu os “milagres” desta tecnologia em três palavras: “velocidade, latência e capacidade”.

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A rapidez é importante, mas as duas palavras seguintes são igualmente a chave para as expetativas em torno desta tecnologia. Com a latência, trocando a expressão por miúdos, as antenas 5G que as operadoras instalarão vão permitir que os aparelhos recebam mais informação de uma só vez. Ou seja, dados mais rápidos e que chegam em mais quantidade. Depois, há a questão da capacidade, que significa que estas antenas permitem que mais aparelhos possam estar conectados ao mesmo tempo.

Para perceber o último ponto, basta pensar numa das poucas situações atualmente em que pode não conseguir aceder às redes móveis: a Passagem de Ano. Como há muito telemóveis no mesmo sítio a aceder às mesmas antenas, estas não conseguem suportar tantos equipamentos. Já as antenas 5G têm mais capacidade. Isto permitirá que existam mais dispositivos dependentes da rede móvel sem falhas, como carros autónomos. Pelo menos, é o que têm prometido as operadoras e quem vende estas antenas.

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Apesar de todas estas vantagens, o 5G tem limitações. A velocidade, a latência e a capacidade terão, eventualmente, um limite. E, pelo menos enquanto a rede não estiver disponível, ainda vai demorar alguns anos até os efeitos destas melhorias do 5G ficarem disponíveis. Depois? Pode começar a pensar-se no 6G, que já é esperado para 2030.

Resumidamente, o 5G permitirá conectar mais dispositivos de forma mais fiável a redes de dados móveis, mas todas as mudanças não aparecerão de uma dia para o outro e, para o uso mais comum de dados móveis, poderá não sentir diferença. Inicialmente, quem subscrever tarifários 5G sentirá com os dados a diferença que teve quando começaram a existir os planos de chamadas ilimitadas — se for como noutros países em que já há 5G, depreende-se que não haverá limite para downloads, por exemplo. Mesmo assim, ainda é preciso saber que tarifários é que surgirão.

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Por fim, em relação aos perigos do 5G, que, principalmente desde que a pandemia de Covid-19 começou, têm sido propagados, não haverá motivos para medos. Tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) como a o Conselho Europeu definiram há anos limites para a exposição a ondas rádio como as que vão ser utilizadas pelo 5G. Segundo a OMS, se a exposição geral continuar como está, “não há riscos”.

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