A tese de que o novo coronavírus foi criado como uma arma biológica é baseada em “alegações cientificamente inválidas” e tende a ser difundida por pessoas “suspeitas de espalhar desinformação”. Esta é a leitura dos serviços secretos dos EUA, num relatório que foi agora desclassificado e que diz claramente que estas entidades estão convencidas de que “o vírus não foi desenvolvido como uma arma biológica” e as autoridades chinesas não tiveram conhecimento prévio do vírus.

A conclusão está num relatório de agosto do Office of the Director of National Intelligence (ODNI), que reúne as 17 agências secretas dos EUA. No relatório, agora desclassificado, assinala-se que as agências secretas veem com “ceticismo” as “alegações de que o SARS-Cov-2 é uma arma biológica porque são baseadas em pressupostos cientificamente inválidos e são avançadas por pessoas que não têm acesso direto ao Instituto de Virologia de Wuhan ou por pessoas de que se suspeita terem o hábito de espalhar desinformação”.

Embora não haja um consenso pleno sobre a origem do vírus, a maior parte das 17 agências também parecem não acreditar que o vírus foi geneticamente modificado, com algumas delas a indicarem que é cada vez mais difícil detetar sinais de que qualquer tipo de “engenharia biológica” tenha ocorrido. Por outro lado, as agências “também consideram que a ideia de um cientista ter sido infetado de forma inadvertida é menos provável do que ter havido uma infeção entre os numerosos caçadores, agricultores e outras pessoas que têm contacto frequente com animais”.

O organismo “considera que o SARS-Cov-2, o vírus que causa a Covid-19, provavelmente surgiu e infetou humanos inicialmente através de uma exposição de pequena escala que terá ocorrido, no máximo, em novembro de 2019, com o primeiro surto localizado a ser detetado em Wuhan em dezembro de 2019”.

No relatório pode ler-se, ainda, que na opinião consensual entre as agências “as autoridades chinesas não tinham conhecimento prévio acerca do vírus, antes de ser surgido o primeiro surto”.

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