Uma mulher polaca grávida morreu aos 30 anos, depois da equipa médica do hospital onde estava a ser seguida a ter impedido de abortar.

A nova lei do aborto, que entrou em vigor no país em janeiro deste ano, volta agora a ser alvo de discussão, e é apontada como uma das causas de morte da mulher em setembro deste ano (a informação apenas foi divulgada na sexta-feira da semana passada), segundo a Associated Press.

A regra para interrupção voluntária da gravidez na Polónia é bastante restritiva, mas contempla algumas exceções, como casos de violação, perigo de vida para a grávida, e má formação do feto.

No caso de Izabela, o feto tinha falta de líquido amniótico, que pode causar deformações. Porém, este defeito congénito e os riscos que acarretava, não foi suficiente para a equipa médica do hospital de Pszczyna, no sul do país, autorizar o aborto.

O único fator que guiou o procedimento médico foi a preocupação pela saúde e vida da paciente e do seu feto”, assegurou o hospital.

A morte de Izabela espoletou uma série de protestos e vigílias no país, e a família da mulher espera que a sua história “chame a atenção do público para a situação de mulheres e médicos na Polónia, que leve a mudanças na lei”.

Irene Donadio, da IPPF EN (organização que defende os direitos de saúde reprodutiva e sexual na Europa), em declarações ao Washington Post, garante que Izabela “provavelmente ainda estaria viva” se esta gravidez tivesse ocorrido antes da promulgação da nova lei, e que os profissionais de saúde se encontram num “limbo legal” para decidir o que podem fazer nestes casos.

Apesar da contestação à legislação, Weronika Przebierala, do Instituto do Centro Legal Internacional da Ordo Iuris (organização polaca católica), garante que a alteração da lei não alteraria o desfecho deste caso isolado, onde os médicos “simplesmente não exerceram o seu direito” de conceder o aborto à mulher.

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