Alberto João Jardim, ex-presidente do Governo Regional da Madeira e apoiante de Rui Rio nestas eleições internas, não poupa críticas a Paulo Rangel. Para o madeirense, o adversário do líder do PSD é um “homem instável” que se faz rodear das piores companhias.

“Rangel mais depressa vai mudando de opinião. É um homem instável. Apoiei Rangel quando era contra essa gente de Passos Coelho. Estive com Rangel no apoio a Rui Rio. E agora vejo Rangel com uma série de lóbis, a começar pela maçonaria e pelos homens de Passos Coelho, os tais do governo do genocídio social“, afirmou o madeirense, em entrevista à RTP3.

Jardim considera, de resto, que se for Rangel a vencer as eleições internas no PSD, o partido dificilmente acabar com o “colaboracionismo” entre António Costa e partidos “totalitários” e com o “colaboracionismo” entre primeiro-ministro socialista e Marcelo Rebelo de Sousa.

No último Conselho Nacional do PSD, Jardim tentou fazer aprovar o adiamento das eleições diretas para depois das legislativas. Os conselheiros do partido acabaram por chumbar essa pretensão, mas nem por isso fizeram o ex-presidente do Governo Regional da Madeira mudar de ideias.

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“É uma pouca vergonha fazer-se eleições internas antes das nacionais. Estamos a brincar aos partidos. Rui Rio faz muito bem em não fazer campanha. Dá um sinal de estadista. Fazer eleições é estar a brincar com os portugueses. É pouco sério. É um assalto ao PSD.”

“O que serve a estes cavalheiros ganharem o partido e depois perder as eleições? Nada. Rui Rio faz muito bem em dar essa resposta às mediocridades que querem brincar aos partidos. A melhor legitimação que um líder do PSD é receber uma votação expressiva, maioritária, do eleitorado português”, atirou também Jardim.

Na mesma entrevista à RTP3, considerando o cenário mais provável em que nenhum dos dois maiores partidos tem maioria absoluta, o social-democrata defendeu um entendimento entre PSD e PS, independentemente de quem seja o vencedor.

“Se não o fizeram são irresponsáveis. Tem de haver um consenso. Os dois têm obrigação de fazer um entendimento”, sintetizou Jardim, sem se comprometer com uma solução tipo bloco central ou apenas de incidência parlamentar. Fazer o contrário, insistiu, seria de uma “enorme irresponsabilidade e falta de patriotismo”.

Nesse sentido, Jardim afastou por completo uma solução semelhante à encontrada pelo PSD nos Açores. “Se chegarmos a esse ponto mal vai o país. Sou contra essa solução. Para mim é tão mau estar com o PCP como estar com o Chega”, rematou.