Ainda não tem as assinaturas necessárias para formalizar a candidatura, mas assegura que esse não será um entrave. Nuno Miguel Henriques, militante do PSD “há mais de 30 anos” diz ser a “terceira via” que os sociais-democratas precisam nestas eleições diretas. Nuno Miguel Henriques diz que não quer ser candidato a primeiro-ministro e com isso poder focar-se no partido e, compreendendo a exclusão de Rui Rio dos debates, desafia Paulo Rangel a marcar um frente a frente.

Na sede do PSD — que Rui Rio colocou à disposição de todos os candidatos à liderança do partido –, Nuno Miguel Henriques começou por dizer que “depois de percorrer o país e conhecer muitas realidades, tenho o direito a apresentar-me, eu e esta candidatura, como a terceira via dentro do partido”, acrescentando que “existem já duas candidaturas válidas, mas é preciso mais em vários domínios”, destacando o domínio social e a cultura.

O militante, que diz sê-lo “há mais de três décadas”, pede um partido mais aberto aos anónimos, sobretudo aos que “não estão a pagar as quotas e a participar ativamente”, sugerindo até que as quotas pagas não sejam o critério que distingue um militante ativo.

Foi depois de enumerar algumas das prioridades para o futuro do país, como a reforma fiscal, a valorização das forças armadas ou a modernização da agricultura, que Nuno Miguel Henriques disse que “o presidente do partido não tem que ser obrigatoriamente o candidato a primeiro-ministro. Esse deve ser a pessoa mais preparada e deve estar quase exclusivamente em responder aos assuntos do pais”, acrescentando ainda que “existe o lado do pais e o lado do partido”.

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Nuno Miguel Henriques deu até o exemplo de Pedro Passos Coelho como o de “um bom primeiro-ministro, dentro das circunstâncias da troika” mas que foi descurando a governação partidária. Para essa dedicação ao partido, Nuno Miguel Henriques propõe por exemplo “a extensão do mandato de presidente para quatro anos” ou “a criação de estruturas intermédias entre as concelhias e as distritais para angariar militantes” para um partido que se quer “acessível e votável”.

Quanto à concorrências, Nuno Miguel Henriques diz que “não existirem debates é respeitável para quem disse que não os quer fazer” mas assegura que “quem disse estar disponível, deve vir fazê-lo”, desafiando Paulo Rangel a conciliar agendas para que se marque esse frente a frente, até porque “não há candidaturas de primeira”.

Com as dúvidas sobre a capacidade de formalizar a candidatura, o militante social-democrata diz que tem uma equipa a recolher assinaturas e que o trabalho está “bem encaminhado” e que “se quiser ir a votos” a questão do número de assinaturas não será um problema, garantindo que vai entregar os requisitos necessários e a moção de estratégia global até ao próximo dia 22 de novembro, a data limite e acrescentando que “até ao momento também ninguém entregou essas assinaturas”.

Sem apontar a grandes voos, Nuno Miguel Henriques reconhece que não está “propriamente para ganhar em termos de voto” mas diz que “quem vai à luta pode não ganhar sempre, mas quem não vai, perde” e aponta ao objetivo de uma segunda volta.