Governo e sindicatos da função pública realizam esta quarta-feira uma ronda negocial suplementar, a pedido das estruturas sindicais que mantêm a expectativa de que a proposta do executivo de atualização salarial de 0,9% para 2022 ainda possa ser melhorada.
As reuniões suplementares entre a equipa liderada pela ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, e a Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) e a Frente Comum realizam-se depois de duas rondas negociais onde o Governo manteve a sua proposta de atualização dos salários para o próximo ano nos 0,9%.
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Em comunicado divulgado na terça-feira, a Fesap reitera a sua proposta de aumento salarial de 2,5% e afirma esperar que na reunião suplementar desta quarta-feira “o Governo possa alterar uma proposta de atualização salarial que não salvaguarda sequer a possibilidade, cada vez mais realista, de 0,9% não ser suficiente para cobrir o valor da inflação prevista para 2022, que é hoje, na média da zona euro, de 2%”.
Já a Frente Sindical liderada pelo STE reivindica aumentos de 3% para o próximo ano e a Frente Comum 90 euros para todos os trabalhadores.
Nas duas anteriores rondas, o Governo indicou que dado o contexto político atual, com o chumbo do Orçamento do Estado para 2022, os funcionários públicos terão no próximo ano uma atualização salarial de 0,9%, em linha com a inflação, e que a remuneração base será alinhada com o novo valor do salário mínimo nacional, de 705 euros.
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Em 2021, além dos aumentos de 20 euros na remuneração base da função pública, para os 665 euros, de modo a ficar igual ao salário mínimo nacional, houve aumentos de 10 euros para os salários que se situavam logo a seguir, entre os 665 e os 791,91 euros.
Nos últimos 12 anos, apenas em 2020 houve aumentos para todos os trabalhadores da Administração Pública, de 0,3%, em linha com a inflação.