Se a pandemia fosse uma partida de futebol, a Ómicron seria um “cartão amarelo” para os jogadores mais importantes. Foi assim que um dos responsáveis pela situação sanitária em Inglaterra, Jonathan Van-Tam, descreveu os efeitos da nova variante que já chegou a 16 países.

A solução para reverter estes cartões amarelos e para continuar em jogo é a vacina, segundo o responsável. Por isso mesmo, Inglaterra anunciou esta segunda-feira que ia aumentar as doses de reforço, avançando mesmo para a quarta toma para os doentes imunossuprimidos.

Wei Shen Lim, que aconselha o governo britânico sobre a pandemia, divulgou também que todos os adultos entre os 18 e os 39 anos podem agora receber uma dose de reforço, enquanto aos adolescentes entre os 12 e os 15 anos será administrada a segunda toma da vacina (o país apenas vacinava os mais novos com uma dose). O intervalo entre tomas também diminui: é de agora de três meses. 

Sobre a nova variante, o coordenador reconheceu que “causa alguma preocupação”, uma vez ainda serem desconhecidos os seus efeitos. Para compreender o quão contagiosa e perigosa é, Jonathan Van-Tam apontou que será preciso pelo menos três semanas. “A variante Ómicron tem muitas mutações, umas que conhecemos, outras que são novas”, indicou, acrescentando que é importante que as “pessoas não entrem em pânico”.

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O Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, sigla em inglês) está a tentar a adaptar-se à administração de doses de reforço, sendo que Jonathan Van-Tam assegurou que as reservas serão justas. O critério utilizado será a idade — com as pessoas mais velhas e vulneráveis a tomar primeiro uma dose de reforço.

Na Câmara dos Comuns, o ministro da Saúde, Sajid Javid, defendeu ainda que o reforço da vacinação vai “proteger mais pessoas mais rapidamente”, mesmo reconhecendo que a decisão representa um desafio logístico porque vai aumentar para quase o dobro o número de pessoas elegíveis para a dose de reforço.

“As nossas vacinas continuam a ser a nossa melhor linha de defesa contra este vírus (…). Embora seja possível que sejam menos eficazes [contra a nova variante], é muito improvável que não tenham qualquer efeito contra sintomas graves”, sublinhou.