A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse esta quarta-feira em Bruxelas que a União Europeia deveria considerar a vacinação obrigatória. Como noticiou a Lusa, a governante disse: “(…) penso que é compreensível e apropriado liderar esta discussão agora, de como podemos encorajar e pensar potencialmente na vacinação obrigatória dentro da UE.
Isto é muito e nem todos podem ser vacinados – como crianças muito pequenas, por exemplo, ou pessoas com condições médicas especiais –, mas a grande maioria poderia e, portanto, penso que é compreensível e apropriado liderar esta discussão agora, de como podemos encorajar e pensar potencialmente na vacinação obrigatória dentro da UE”, disse a governante.
Von der Leyen afirmou que 77% dos adultos, 66% da população total da União Europeia, tem a vacinação completa. “Um terço da população europeia não está vacinada, o equivalente a 150 milhões de pessoas”, referiu ainda.
E adiantou também: “Primeiro que tudo, esta é uma competência dos Estados-membros, portanto, não me cabe a mim dar qualquer tipo de recomendação, mas se me perguntam qual é a minha posição pessoal, há dois ou três anos nunca teria pensado em testemunhar o que vemos neste momento em que temos esta horrível pandemia”, disse a líder da Comissão.
O aumento em casos de doença grave, especialmente entre os não vacinados, resultou numa enorme pressão sobre os hospitais e sobre o pessoal de saúde já sobrecarregado”, retrata o executivo comunitário.
Von der Leyen garante a entrega de doses para as crianças em dezembro e para todos os reforços até à primavera
Além dos adultos, a Comissão Europeia também defende a vacinação das crianças e garantiu a compra das doses assim que o regulador europeu — a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) — recomendou, na semana passada, a administração da vacina da Pfizer/BioNTech a crianças desta faixa etária.
A presidente da Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira que essas vacinas vão chegar à União Europeia a 13 de dezembro.
Falei com a BioNTech/Pfizer sobre as vacinas para crianças e, desde ontem [terça-feira], há boas notícias: eles são capazes de acelerar e isto quer dizer que as vacinas para crianças estarão disponíveis a partir de 13 de dezembro”, declarou a responsável, falando em conferência de imprensa, em Bruxelas.
Ursula von der Leyen garantiu também que a União Europeia terá, até à primavera de 2022, um total de 360 milhões de vacinas contra a Covid-19 da tecnologia do ARN mensageiro, o suficiente para as doses de reforço de todos os cidadãos.
“Da BioNTech/Pfizer e da Moderna teremos 360 milhões de doses de vacinas de ARN mensageiro que serão entregues até ao final do primeiro trimestre de 2022, o que é suficiente para que todos os europeus totalmente vacinados recebam uma dose de reforço”, declarou a governante.
É uma boa notícia”, disse von der Leyen. “Portanto, tomem-na.”
Comissão Europeia apela a “restrições específicas” para a Ómicron
Esta quarta-feira a Comissão Europeia também pediu para os Estados-membros criarem “restrições específicas” para a contenção da variante Ómicron da Covid-19.
Europa em “corrida contra o tempo” para conter propagação da variante Ómicron
Os países devem, também, “aplicar rapidamente doses de reforço para manter níveis fortes de proteção contra o vírus, incluindo a variante Ómicron, a começar pelos grupos mais vulneráveis”, bem como “pôr em prática precauções e restrições específicas e proporcionadas para limitar a propagação do vírus”, argumenta Bruxelas.
Costa garante que medidas estão “perfeitamente adequadas” à Ómicron, mas “não nos podemos descuidar”
“Deve ser assegurada uma coordenação total da UE. O aparecimento da variante Ómicron significa que deve ser dada particular atenção à aplicação e comunicação de medidas específicas sobre contactos durante o período de fim de ano“, avisa a Comissão Europeia, numa alusão à época natalícia.
Atualizado com mais declarações da presidente da Comissão Europeia às 16h50.