Definir metas concretas pode sair caro em política, mas não é por isso que o líder do Iniciativa Liberal deixa de apontar um número para as próximas legislativas. “Queremos atingir cinco deputados”, diz claramente em entrevista na RTP, consciente que é um objetivo “ambicioso”. Qualquer resultado “entre três e sete” não “surpreenderia” o líder e deputado único Cotrim Figueiredo, assume.

O único deputado que o partido conseguiu sentar no hemiciclo em outubro de 2019 recusa que o partido ainda continue a ser “um partido de bolha”, mas reconhece que ainda há “espaço por conquistar” e que o partido tem “potencial de crescimento”. “Representaria crescer em termos de votos algo como quatro vezes o que tivemos em 2019”, notou.

Lembra Cotrim Figueiredo temas como a “taxa única do IRS, a TAP, o cartão do adepto, o famoso artigo 6.º da carta dos direitos humanos na era digital” como marcos da presença do partido na Assembleia da República.

Coloca o Iniciativa Liberal na antítese dos partidos que usam “populismos para ter destaque, que gostam de protagonismos excessivos e que são estridentes”, fala numa “evolução notável” e continua a deixar bem fechada a porta de coligações pré-eleitorais.

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A Iniciativa Liberal não acha que um partido que vai fazer quatro anos tenha vantagem em diluir a mensagem numa coligação nesta fase da sua existência“, apontou descartando também a hipótese de “integrar um governo” ou estar ao lado do Chega numa solução pós-eleitoral.

“Não nos parece razoável que um partido que não tenha força suficiente para fazer vingar boa parte das suas políticas integre um governo”, considerou o líder do IL.

Sobre rejeitar estar ao lado do Chega, diz Cotrim Figueiredo que o partido liderado por André Ventura “não tem qualquer costela liberal”. “Tem uma forma de fazer política que nos desagrada profundamente: estridente, histriónica, messiânica, populista, com tendências xenófobas com demasiada frequência e não é um partido confiável com o qual se possam fazer acordos que venham a ser cumpridos como vários episódios ao longo do passado recente têm demonstrado”, apontou.

Sobre as propostas do partido para as legislativas de janeiro, diz o líder do IL que o objetivo é que Portugal não ultrapasse “uma carga fiscal global de 28% nos próximos quatro anos”. “Podemos discutir as prioridades. Uma taxa única de IRS em 15%, com um modelo intermédio de 15% e 27,5% a partir de 70 mil euros. Isso é algo que pode custar entre 2 a 3 mil milhões de euros, uma fração do que se vai gastar na TAP”, notou o responsável do partido voltando a apontar a necessidade de privatizar a TAP, Caixa Geral de Depósitos e RTP.

No que à TAP diz respeito, lembrou Cotrim Figueiredo que a Lufthansa já demonstrou interesse em comprar parte da companhia algo que, considera, devia acontecer “o mais rapidamente possível”: “Conhecendo o atual estado da TAP, há um conjunto limitado de interessados em ficar com o capital da TAP. É crucial saber quem são e vender o mais rapidamente possível”.