A Nigéria vai destruir cerca de um milhão de vacinas contra a Covid-19 fora de prazo, anunciou esta segunda-feira Faisal Shuaib, chefe da Agência Nacional de Cuidados Primários de Saúde.

O problema, segundo explicou o ministro da Saúde nigeriano, Osagie Ehanire, citado pela Reuters, está na doação, por parte de países mais ricos, de vacinas perto do fim do prazo de validade. Aliada à deficiência logística de muitos países em África, por falta de recursos humanos e materiais, a chegada de vacinas perto do limite da validade leva a que muitos destes fármacos acabem por ficar impróprios para administração antes de haver sequer hipótese de serem utilizados.

A Nigéria enfrenta problemas nos meios disponíveis na saúde que vão desde falta de zaragatoas para testes, a frigoríficos de armazenamento de vacinas que têm de ser constantemente alimentados com geradores a gasolina, segundo a CNA.

As doses que excedem o prazo de validade agravam a situação do continente africano em relação à imunidade à Covid-19, com apenas 7,5% dos adultos no continente vacinados com a segunda dose. Na Nigéria, país mais populoso de África, com 200 milhões de habitantes, apenas cerca de 2% de pessoas estão totalmente vacinadas, de acordo com a BBC.

Faisal Shuaib explicou que o país tem aceitado vacinas com pouco tempo de vida, doadas por outros países, para tentar mitigar a escassez de vacinas verificada no passado. O chefe de saúde adiantou, contudo, e citando uma diretiva presidencial, que a Nigéria vai deixar de aceitar vacinas com prazos de utilização tão curtos.

Uma fonte ligada à distribuição de vacinas esclareceu à Reuters, citada pela CNA, que algumas das doses enviadas para África chegavam quatro a seis semanas depois do prazo de validade, e não podiam ser utilizadas pelas autoridades de saúde nacionais.

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