Um dos sete militares da GNR acusados pelo Ministério Público num processo de sequestro e agressões a imigrantes no concelho de Odemira pediu a abertura da fase de instrução, disse esta sexta-feira à agência Lusa fonte judicial.
Segundo a fonte, o militar Rúben Candeias, de 25 anos, o arguido com mais acusações, pediu a abertura da fase de instrução do processo ao juiz de instrução criminal do Tribunal de Odemira, no distrito de Beja.
Rúben Candeias é acusado de 11 crimes, seis de ofensa à integridade física qualificada, quatro de abuso de poder e um de sequestro.
A Lusa tentou sem sucesso falar com o advogado de Rúben Candeias.
A instrução é uma fase facultativa em que um juiz de instrução criminal decide se o processo segue para julgamento e em que moldes.
Segundo a acusação do Ministério Publico, à qual a agência Lusa teve esta sexta-feira acesso, o processo envolve quatro casos de sequestro e agressão de imigrantes por militares da GNR ocorridos entre setembro de 2018 e março de 2019, no concelho de Odemira.
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Os sete militares da GNR são acusados de 33 crimes, como abuso de poder, sequestro e ofensa à integridade física qualificada.
Os militares Nelson Lima, de 29 anos, Diogo Ribeiro, de 28, Nuno Andrade, de 32, são acusados de cinco crimes cada um, nomeadamente um de abuso de poder e quatro de ofensa à integridade física qualificada.
O militar João Miguel Lopes, de 30 anos, é acusado de três crimes, um de abuso de poder, um de ofensa à integridade física qualificada e um de sequestro.
Os militares Carlos Figueiredo, de 31 anos, e Paulo Cunha, de 26, são acusados de dois crimes cada um, nomeadamente um de abuso de poder e um de ofensa à integridade física qualificada.
A maioria dos 33 crimes de que os militares são acusados, ou seja, 28, terão sido cometidos em coautoria material, tendo os restantes cinco sido alegadamente praticados em autoria material.
O Ministério Público considera que todos os militares envolvidos no processo agiram por “caprichos torpes”, com “desprezo” e “em manifesto ódio” pelas nacionalidades das vítimas da região do Indostão.
Três dos sete militares da GNR acusados pelo MP já tinham sido condenados em 2020