Pela primeira vez desde o início da pandemia, o Reino Unido registou esta quinta-feira mais de 100 mil casos de Covid-19 em 24 horas, em parte devido à variante Ómicron, levando algumas regiões a anunciar novas restrições antes do Natal.
No total, foram notificados 106.122 novos casos e 140 mortes, contra 90.629 casos e 172 no dia anterior, somando 147.573 mortes desde o início da pandemia.
Na terça-feira estavam hospitalizadas 8.008 pessoas infetadas, mais 4% do que na semana passada.
Em Londres, onde se estima que a variante Ómicron já represente 90% dos contágios, o número de hospitalizações diárias aumentou 78% numa semana, tendo atingido 301 na segunda-feira, cerca de um terço do máximo de 977 no início de janeiro.
Segundo o site Politico, dados preliminares analisados pela Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA) indicam que a variante está a causar sintomas menos graves à maioria dos britânicos do que variantes anteriores, diminuindo o risco de internamento.
Porém, tal pode dever-se ao facto de muitas pessoas já estarem vacinadas ou terem imunidade de uma infeção prévia e não porque a variante identificada na África do Sul é menos perigosa.
A UKHSA concluiu que, mesmo assim, poderá não ser possível evitar um grande número de hospitalizações por causa da transmissibilidade elevada da Ómicron, adiantou o Politico.
O Governo britânico decidiu não impor novas medidas de contenção em Inglaterra antes do Natal para além do uso de máscaras e do teletrabalho, tendo o primeiro-ministro, Boris Johnson, prometido que iria esperar por mais dados.
Pelo contrário, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, que já tinham aquelas medidas em vigor, emitiram instruções sobre o número de pessoas que podem sociabilizar e restrições para o setor da restauração.
Entretanto, o Governo britânico anunciou esta quarta-feira a redução de dez para sete dias do período de isolamento em Inglaterra para vacinados que contraíram o coronavírus.
Por outro lado, o Comité Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI), que aconselha o Governo sobre a vacinação, recomendou que apenas as crianças entre os cinco e os 11 anos clinicamente vulneráveis sejam vacinadas com uma primeira dose.
Até agora, o Reino Unido tem adotado uma posição muito mais cautelosa sobre as imunizações infantis do que outros países, deixando para mais tarde um parecer sobre a vacinação deste grupo etário porque a maioria tem um “risco muito baixo de ficar gravemente doente”, explicou o co-presidente do JCVI, Wei Shen Lim.
O JCVI recomendou também doses de reforço para os jovens dos 12 aos 17 anos.
Esta quarta-feira foram administradas um recorde de 968.665 terceiras doses de vacinas contra a Covid-19, parte de um esforço para chegar a todos os adultos até ao final de dezembro.
No total, 82% da população britânica com mais de 12 anos recebeu duas doses e 53,6% já foi inoculada com três doses.