A tripulação da missão MDRS 238, que vai simular como se vive em Marte numa estação montada no deserto do Utah (Estados Unidos) instalou-se no dia 2 de janeiro, como estava previsto, mas não sem antes enfrentarem uma série de desafios — que ainda não terminaram. E na primeira noite, ainda antes de começar a simulação, já começaram as situações de emergência.
Os vários atrasos fizeram com que a tripulação não tivesse oportunidade de fazer os treinos em Grand Junction (Colorado) e começar a simulação já esta segunda-feira como estava planeado. Os treinos só vão ser feitos no próprio local e a missão só começa efetivamente depois de passarem nos testes individuais e de grupo. Para isso precisam de ter o grande “manual do astronauta” na ponta da língua.
Selecionados em 2019, os tripulantes desta missão deveriam ter viajado para a Mars Desert Research Station (MDRS), da fundação Mars Society, no Utah no início de janeiro de 2021 — mas essa foi só mais uma das vezes em que a missão foi adiada por causa da pandemia. Ao fim de mais de dois anos, a pandemia continuava a assombrar a missão e só depois de todos terem tido um teste PCR negativo para o SARS-CoV-2 poderam respirar de alívio.
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Mas foi uma tranquilidade curta: o estado do tempo não estava a colaborar (o frio já esperavam, mas não o intenso nevão) e um dos elementos da tripulação teve um problema de saúde súbito que a pode impedir de fazer parte da missão. E, nem agora que já estão na “estação espacial” estão seguros, têm de ter 80% no teste de conhecimentos para a missão poder ter início. E isto mesmo depois de terem preparado os seus fatos espaciais com os respetivos emblemas.
Depois, será a gestão do dia a dia: verificar que todos os sistemas estão a funcionar corretamente, que os tripulantes se mantém saudáveis, dar a resposta adequada a situações de emergência simuladas (como a queda de um meteorito ou uma tempestade solar) e reais, gerir a possibilidade de fazerem atividades extraveiculares (EVA), conduzir as experiências projetadas para estas duas semanas e escrever relatórios de tudo.
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O Observador vai continuar a acompanhar a missão e o tripulante luso-cabo-verdiano Pedro José-Marcellino vai continuar a contar-nos o dia a dia a bordo — assim as fracas comunicações o permitam.