As autoridades do Cazaquistão anunciaram esta quinta-feira a morte de 13 polícias, depois de já terem dado conta de dezenas de mortos entre os manifestantes, em Almaty, onde os protestos estão cada vez mais violentos, como avança a BBC.

“O corpo de um deles foi encontrado com a cabeça decepada”, disse a emissora Khabar-24 ao noticiar as primeiras 12 mortes confirmadas, citada pelas agências TASS, Interfax-Kazakhstan e Ria Novosti.

O canal de notícias estatal Khabar-24 atribuiu também ao gabinete do comandante da cidade a informação de que 353 policiais ficaram feridos. Outros órgãos de comunicação social, como o The Guardian, chegam a avançar que este número já ascende a 748 vítimas.

Antes disso, a polícia informou que dezenas de manifestantes foram mortos durante ataques a edifícios do governo.

“Ontem à noite, forças extremistas tentaram invadir edifícios administrativos, o departamento de polícia da cidade de Almaty, bem como departamentos locais e esquadras de polícia. Dezenas de assaltantes foram eliminados e as suas identidades estão a ser identificadas”, afirmou o porta-voz da polícia, Saltanat Azirbek, citado pelas agências do país.

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Cazaquistão: dezenas de manifestantes mortos pela polícia

O Cazaquistão enfrenta os piores protestos de rua a que o país já assistiu desde que se tornou independente, há três décadas.

Protestos contra preço dos combustíveis fazem cair governo do Cazaquistão

Na manhã de quinta feira, a pedido das autoridades cazaques, chegaram ao país paraquedistas russos. Fazem parte de um “contingente de manutenção da paz” enviado pela Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO), uma aliança militar liderada pela Rússia.

Este contingente foi destacado na sequência do anúncio de que mais de 1.000 pessoas ficaram feridas nos protestos e motins, 400 delas hospitalizadas. A estes números juntam-se agora as mortes de “dezenas” de manifestantes e de 12 agentes.

O Presidente do Cazaquistão, Kasim-Yomart Tokayev, apelou na quarta-feira à noite à CSTO para ajudar a pôr fim à agitação em massa, que descreveu como uma “ameaça terrorista”.

Os protestos no país começaram a 2 de janeiro, em resposta ao aumento do preço do gás liquefeito, o principal combustível automóvel utilizado nesta nação da Ásia Central.

*Notícia atualizada às 23h45 com novo número de vítimas.