O ministro dos Negócios Estrangeiros da República da Irlanda, Simon Coveney, ordenou um inquérito a propósito de uma festa regada a champanhe e protagonizada por funcionários do seu departamento durante o pico do primeiro confinamento no país.

O pedido foi feito na última quinta-feira e surge numa altura em que o governo do vizinho Boris Johnson está a ser alvo de constantes críticas por motivos semelhantes.

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A festa em solo irlandês aconteceu numa altura em que o confinamento generalizado durava há três meses — não eram permitidos ajuntamentos de mais de seis pessoas entre portas, bem como não era permitida a circulação entre concelhos.

A festa aconteceu a 17 de junho de 2020, e consistiu num momento de celebração depois de a Irlanda conquistar um assento no Conselho de Segurança da ONU. Na altura, chegou a ser publicada uma fotografia (uma selfie) da celebração nas redes sociais, mostrando 20 funcionários a beber Moët & Chandon.

Na imagem — divulgada no Twitter pelo então secretário-geral do departamento e atual embaixador em Fança, Niall Burgess — era evidente a falta de máscaras e a ausência de distanciamento social. A foto foi rapidamente eliminada, mas não deixou de assinalar o momento inapropriado. O departamento chegou a pedir desculpas pelo sucedido.

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Citado pelo The Guardian, um porta-voz assegurou que o ministro pediu ao atual secretário-geral do departamento, Joe Hackett, um relatório sobre a “reunião improvisada” até ao final do mês.

O mesmo jornal lembra que, nos primeiros comentários públicos sobre o polémico assunto, o ministro disse à RTÉ que soube do sucedido após a publicação da fotografia e que decidira não investigar porque os funcionários admitiram, à data, terem agido mal, motivo pelo qual não sentiu necessidade de fazer follow-up.

Na última sexta-feira, o ministro, que diz não ter participado na festa, admitiu ter conhecimento dela na noite em que aconteceu.