A Casa Branca indicou esta sexta-feira que não exclui um encontro entre o Presidente dos EUA e o seu homólogo russo Vladimir Putin, caso contribua para diminuir a tensão bilateral devido à concentração de tropas russas junto à fronteira ucraniana.
Na sua conferência de imprensa diária, e perante a ausência de progressos nas conversações entre as duas partes, a porta-voz presidencial, Jen Psaki, informou que Biden se vai reunir este fim de semana na residência de Camp David com a sua equipa de Segurança Nacional e o secretário de Estado, Antony Blinken, para abordar “os próximos passos” a seguir.
Ao referir-se à possibilidade de uma nova reunião entre Biden e Putin, Psaki disse que “caso seja um passo recomendado, e pensamos que pode ser positivo nesta fase da discussão, o Presidente está sempre aberto a discussões de líder a líder”.
Biden e Putin já se encontraram pessoalmente num encontro presidencial em junho de 2020 em Genebra (Suíça), e em dezembro mantiveram uma reunião virtual com o objetivo de reduzir a tensão bilateral.
O comentário do porta-voz da Casa Branca surgiu na sequência da reunião que Blinken manteve em Genebra com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, um encontro que não registou progressos significativos.
Em Genebra, o chefe da diplomacia dos EUA confirmou que Washington apresentará “respostas escritas” às exigências de Moscovo sobre a situação na Ucrânia, na próxima semana.
Contudo, na conferência de imprensa no final do encontro, Blinken não esclareceu se essas respostas se referem a todas as exigências apontadas por Moscovo, nomeadamente sobre as condições de a NATO não aceitar candidaturas de inclusão por parte de países da Europa de Leste.
Blinken também disse que exigiu a Lavrov provas de que a Rússia não tem planos para invadir a Ucrânia, como o Ocidente suspeita, perante a concentração de cerca de 100.000 soldados russos junto das fronteiras ucranianas.
O chefe da diplomacia dos EUA não descartou a hipótese de uma nova cimeira entre Biden e Putin, na eventualidade de avanços sobre a situação na Ucrânia, embora Lavrov tenha considerado essa ideia “prematura”, durante a sua própria conferência de imprensa no final do encontro bilateral.