A porta-voz e cabeça de lista por Lisboa do Movimento Alternativa Socialista (MAS), Renata Cambra, apresentou-se esta segunda-feira na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) com grilhões nas pernas, simbolizando “o peso do valor das propinas” para os estudantes.

“Representa o peso que, hoje em dia, as propinas representam para os estudantes, que deixam muita gente fora do ensino superior. É preciso acabar com esse peso, é preciso garantir que a educação é, de facto, um direito universal”, disse aos jornalistas, na iniciativa que se desenrolou à entrada da FLUL.

Renata Cambra, apoiada por vários membros do MAS, como o fundador, Gil Garcia, arrastava com a perna direita em grilhões, nos quais se lia a palavra “propina”, e disse que a redução do valor das propinas não é suficiente.

“Mais uma vez, viemos alertar para a necessidade de ir mais a fundo na solução para os estudantes. Sabemos que tem sido feita alguma propaganda em torno das propinas e do facto de elas terem baixado, mas temos de chamar a atenção para o facto de isso ter sido apenas para as licenciaturas e que, no caso dos mestrados, as propinas aumentaram”, sublinhou a candidata à Assembleia da República.

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“Todos os anos há muita gente que não acede ao ensino superior por causa do custo das propinas, é algo a que temos de dar resposta”, vincou, reiterando que o valor da bolsa, no caso dos mestrados, não garante o total da propina.

Renata Cambra abordou ainda os custos com a habitação, remetendo para uma “espécie de especulação imobiliária”.

“Para não falar de todos os outros custos, como, por exemplo, a habitação. E é por isso que também defendemos que sejam criadas habitações com arrendamento acessível para estudantes”, apontou, afirmando que “em cidades onde há muitas universidades há uma espécie de especulação imobiliária”.

Nas eleições legislativas de 2019, o MAS recolheu 3.331 votos, candidatando-se agora aos 22 círculos eleitorais.