O Governo chileno decretou este sábado o estado de emergência e ativou as forças armadas em quatro províncias nas regiões de Antofagasta e Arica, após dias de bloqueios de estradas e greves de camionistas contra a imigração ilegal.

“O estado de emergência vai ser decretado em quatro províncias nos setores fronteiriços: Arica, Parincota, Tamarugal e El Loa”, explicou o ministro do Interior, Rodrigo Delgado, durante uma visita oficial à região de Antofagasta, no norte do País.

“O estado de emergência permitirá a colaboração entre as forças armadas e a polícia com dois focos: o combate ao tráfico de droga e o tráfico de migrantes“, explicou o responsável.

Dezenas de camionistas e residentes da região norte do país, perto da fronteira com a Bolívia e com o Peru, têm bloqueado estradas, atribuindo o aumento da insegurança e da violência às centenas de imigrantes ilegais que surgem todos os dias.

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O Governo anunciou também a entrada em vigor de uma nova lei sobre imigração, que vai tornar mais difícil a entrada no país e vai acelerar as expulsões, mesmo sem procedimento judicial.

Nas províncias agora militarizadas será reforçado o controlo com recurso a meios aéreos e terrestres, disse o ministro.

O norte do país está há meses a braços com uma crise migratória, coincidente com declarações do Presidente cessante, Sebastián Piñera, de que o Chile era um país seguro.

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As mobilizações de camionistas começaram há duas semanas e já têm impacto na economia local, com problemas de fornecimento de alguns produtos, como gasolina, e com dezenas de pessoas sem poderem sair ou entrar nas localidades.

O estado de emergência é um instrumento constitucional chileno onde, por iniciativa do Presidente em primeira instância, as forças militares assumem o controlo das estradas e patrulhas numa determinada área.