O primeiro-ministro, António Costa, destacou esta quinta-feira que a União Europeia (UE) está “unida na preservação da paz e da estabilidade”, após um encontro informal entre os líderes dos 27 sobre a crise ucraniana motivada pelas investidas militares russas.
“Tivemos oportunidade hoje, em reunião do Conselho Europeu, de analisar os últimos desenvolvimentos relativos à Rússia e à Ucrânia. A UE está unida na preservação da paz e da estabilidade no continente europeu”, vincou o chefe de Governo português, numa curta publicação na rede social Twitter.
Tivemos oportunidade hoje, em reunião do @EUCouncil, de analisar os últimos desenvolvimentos relativos à #Rússia e à #Ucrânia. A União Europeia está unida na preservação da paz e da estabilidade no continente europeu.#EUCO pic.twitter.com/GkTSt3Zfqz
— António Costa (@antoniocostapm) February 17, 2022
A posição de António Costa, que está em Bruxelas e ainda não prestou declarações localmente à imprensa, surge após um encontro informal entre os líderes da UE sobre a crise ucraniana, que durou menos de uma hora e antecedeu a cimeira da UE com a União Africana.
Os chefes de Governo e de Estado da UE, reunidos esta quinta-feira em Bruxelas para avaliar a situação na Ucrânia, exigiram “provas visíveis e concretas” da contenção militar russa na fronteira ucraniana, anunciou o presidente do Conselho Europeu.
“Estamos firmes e determinados em defender os nossos valores, acompanhamos a situação numa base diária, de forma próxima, […] e instamos a Rússia a reduzir as tensões. Precisamos de provas visíveis e concretas no terreno”, declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Charles Michel destaca “irrepreensível consenso” no apoio à Ucrânia após encontro de líderes
Antes do encontro informal com os líderes dos 27, Charles Michel falou por telefone com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para expressar a solidariedade europeia a Kiev, dadas as investidas russas.
Segue-se agora a cimeira com a União Africana, que decorre entre quinta e sexta-feira em Bruxelas.
Da agenda do encontro informal fazia apenas parte uma discussão sobre a ameaça de uma agressão russa à Ucrânia ao nível dos líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, numa altura em que o Kremlin (Presidência russa) garante que concluiu algumas das manobras militares nas zonas fronteiriças, um anúncio recebido com cautela pela UE e pela NATO.
O encontro informal dos líderes da UE coincidiu com uma reunião de ministros da Defesa da NATO, que hoje termina, e na qual Portugal está representado por João Gomes Cravinho.
O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado mais de 100.000 tropas nas fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho, depois da anexação da Crimeia em 2014.
Nas últimas horas, os Estados Unidos acusaram a Rússia de ter aumentado o contingente militar na fronteira com a Ucrânia em sete mil tropas nos últimos dias, apesar de Moscovo ter anunciado uma retirada parcial das forças aí destacadas.
As novas estimativas colocariam o número de forças russas próximo das 150 mil, número citado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, num discurso transmitido na televisão no início desta semana.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas exige garantias para a sua segurança, incluindo uma promessa de que a Ucrânia nunca será membro da NATO, uma exigência liminarmente rejeitada pelo Ocidente, que propôs em troca conversações com Moscovo sobre outros assuntos de segurança, como o controlo de armas ou visitas recíprocas a infraestruturas sensíveis.