O Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF) reuniu-se este domingo, em Doha, antes da cimeira agendada para terça-feira, onde vão ser discutidas formas para aumentar a produção, perante uma crise entre a Rússia e a Ucrânia.
A ameaça de um ataque da Rússia contra a Ucrânia gera receios quando ao fornecimento de gás russo e tem contribuído para a escalada dos preços do gás.
O GECF é composto pelo Qatar, Rússia, Irão, Argélia, Bolívia, Egito, Guiné Equatorial, Líbia e Nigéria, Trindade e Tobago e Venezuela, que, juntos, representam mais de 70% das reservas mundiais de gás.
A cimeira de terça-feira será dedicada à discussão de formas para aumentar, a médio prazo, a produção de gás. Para hoje e segunda-feira, estão agendadas reuniões de nível ministerial, que vão decorrer à porta fechada.
A imprensa iraniana avançou que o Presidente Ebrahim Raisi estará em Doha, na segunda-feira, para um encontro com o emir do Qatar, Sheik Tamim Bin Hamada l-Thani.
No sábado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou o Kremlin de que um ataque à Ucrânia custará à Rússia “um futuro próspero” e acusou Moscovo de tentar “minar” a arquitetura de segurança europeia.
“O perigoso pensamento do Kremlin, procedente de um obscuro passado, pode custar à Rússia um futuro próspero”, avisou, na altura, a dirigente europeia, na sua intervenção na Conferência de Segurança de Munique, na qual anunciou os preparativos de um “robusto” pacote de sanções contra a Rússia se concretizar a invasão da Ucrânia.
A presidente da Comissão Europeia garantiu ainda a segurança energética da União Europeia em caso de a Rússia cortar o fornecimento de gás como represália.
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150 mil soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Entretanto, nos últimos dias, o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos têm vindo a acusar-se mutuamente de novos bombardeamentos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.