Depois de a presidência francesa ter anunciado que tanto Putin como Biden concordaram “por princípio” com uma cimeira que os colocasse em contacto, o Kremlin veio trocar as voltas ao Eliseu e dizer que, afinal, nada está decidido e que “é prematuro” falar já em “planos específico para organizar qualquer tipo de cimeira” — ainda que admita essa possibilidade de reunião.

Antes da reação do Kremlin ser conhecida, fontes da Casa Branca tinham revelado, ao The New York Times, que Biden estava aberto a uma conversa direta com o homólogo russo, mas apenas caso a Rússia não invada a Ucrânia. As fontes ouvidas pelo jornal adiantavam que uma eventual cimeira entre os dois presidentes, proposta pelo presidente francês, Emmanuel Macron, só teria lugar após reuniões entre os ministros dos negócios estrangeiros de ambos os países.

Ainda não há, no entanto, um plano concreto para essa possível reunião, nem se sabe em que formato poderá acontecer. Até porque, dizem os EUA, os sinais apontam para uma invasão pela Rússia.

Esforços diplomáticos e sinais de guerra iminente. Mais um domingo de tensão entre a Ucrânia e a Rússia

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A mesma ideia foi também transmitida num comunicado da Casa Branca, segundo o qual Biden aceitou a ideia de uma conversa com Putin “por princípio”. Mas o comunicado voltava a avisar: “Também estamos prontos para impor consequências rápidas e severas caso a Rússia opte pela guerra”, lia-se, com a Casa Branca a acrescentar que a Rússia “parece continuar os preparativos para um ataque em grande escala à Ucrânia muito em breve”.

A ideia de uma reunião entre Putin e Biden partiu de Emmanuel Macron, que, segundo um comunicado do seu gabinete, propôs a cimeira “para discutir a segurança e a estabilidade estratégica na Europa”. Mas, frisava o Eliseu, os dois presidentes concordavam “por princípio” num encontro.

Só que, já esta segunda-feira, o Kremlin considerou que é demasiado cedo para falar sobre o assunto. “É prematuro falar sobre quaisquer planos específicos para organizar qualquer tipo de cimeira”, defendeu o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov, aos jornalistas, citado pela AFP. Peskov garantiu que não há “planos concretos” em marcha para a realização da reunião. “Existe um entendimento de que devemos continuar o diálogo no nível de ministros (estrangeiros)”, indicou ainda.