A realidade da Europa central e de leste é algo diferente na nossa. Excepção feita para locais como a Serra da Estrela, no Verão a temperatura média em Portugal pode atingir 40ºC, para no pico do Inverno ser provável ter de lidar com 0ºC. Mas na Europa central e de leste há menos calor de Verão e temperaturas negativas durante o Inverno. Daí a curiosidade em torno do comparativo montado pela ADAC, o equivalente alemão do ACP.
Os sete veículos testados incluem o Fiat 500e, o Renault Zoe, o Hyundai Kauai Electric, o Ford Mustang Mach-E, o Lexus UX 300e, o Nissan Leaf e+ e o Volkswagen ID.3. O trajecto que os iria colocar à prova tinha 23 km e seria percorrido sob uma temperatura de 14ºC, a representar uma temperatura mais amena – ainda assim já ligeiramente frio para as baterias –, para depois voltar a ser enfrentado com somente -7ºC, valor que já penaliza dramaticamente o desempenho dos acumuladores.
Dos modelos testados, os que perderam menos foram o Fiat 500e e o Renault Zoe, com o primeiro a perder 25% e o segundo 30%. O 500e revelou uma autonomia de 244 km a 14ºC e 182 km a -7C (-25%), enquanto o Zoe viu a autonomia baixar de 351 km para 244 km (-30%). Não muito longe destes dois rivais ficaram o Kauai Electric (215 km e 147 km) e o Mustang Mach-E (300 km e 202 km), o Hyundai com uma quebra de 32% e o Ford com 33%. Ligeiramente menos eficazes revelaram-se o Lexus UX 300e (224 km e 141 km) e o Nissan Leaf e+ (332 km e 210 km), tendo ambos perdido 37% com temperaturas inferiores.
O modelo que pior reagiu às temperaturas negativas acabou por ser o Volkswagen ID.3 (324 km e 162 km), que passou a percorrer uma distância 50% inferior quando o frio aperta. Todas as baterias preferem funcionar com temperaturas entre 20ºC e 40ºC, mas há sistemas de gestão de energia que são mais “gulosos” do que outros, o que torna os modelos menos eficientes em condições adversas.