O exército ucraniano está a realizar contraofensivas que permitiram, em particular no sul, recuperar terreno às tropas russas que se debatem com dificuldades de comunicação, indicou o Pentágono durante esta terça-feira.

Os militares ucranianos “estão agora, em certas situações, na ofensiva”, disse John Kirby, porta-voz do Pentágono, em declarações a uma estação televisiva, acrescentando que “estão a perseguir os russos e a expulsá-los de áreas onde estes estiveram antes”.

“Sabemos que realizaram contra-ataques […] especialmente nos últimos dias, em Mykolaiv”, uma cidade importante no sul da Ucrânia, precisou.

Vimos [estes ganhos territoriais] aumentarem nos últimos dias. […] É uma prova real da sua capacidade de lutar de acordo com os seus planos, adaptando-se e, novamente, tentando repelir as forças russas”, disse Kirby.

Sobre as tropas russas, o porta-voz do Pentágono disse que “os seus comandantes nem sempre falam, nem sempre coordenam as forças aéreas e terrestres”.

“Vimos tensões entre as forças aéreas e terrestres russas. Sobre como se apoiavam com dificuldade”, explicou Kirby, acrescentando que as mesmas falhas podem ser observadas na Marinha, onde disse haver “problemas com o comando e controlo” dos militares.

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Kirby referiu que os russos “têm dificuldade em falar uns com os outros” e que as forças “estão a ficar sem gasolina e sem comida”, considerando que “estão em apuros”.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, pelo menos, 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças. Provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,5 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.