O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, alertou esta sexta-feira, após uma reunião com os líderes chineses, que quaisquer tentativas para contornar as sanções da União Europeia (UE) ou ajudar a Rússia irão prolongar a guerra na Ucrânia, mas não conseguiu alterar a posição ambígua chinesa sobre o conflito na Ucrânia.

Charles Michel, que falava em conferência de imprensa após a 23.ª cimeira UE-China, salientou que “quaisquer tentativas para contornar as sanções ou fornecer ajuda à Rússia irão prolongar a guerra“, num recado a Pequim.

Para o representante europeu, uma ajuda a Moscovo “irá levar a mais perdas de vidas e a um impacto económico ainda maior, o que não beneficia ninguém a longo prazo”.

A UE irá estar “alerta a qualquer tentativa de ajuda à Rússia, financeira ou militarmente”, sublinhou também.

Pedimos à China para ajudar a acabar com a guerra na Ucrânia, a China não pode fazer de conta que não vê a Rússia a violar a lei internacional“, acrescentou, salientando que quaisquer passos positivos que Pequim dê no sentido de ajudar para o fim do conflito “serão bem-vindos por todos os europeus e pela comunidade global”.

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Por seu turno, os responsáveis chineses que participaram na cimeira dizem que vão procurar a paz na Ucrânia e incentivar as negociações “à sua própria maneira”. Citado pelo Guardian, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, pediu o respeito pela soberania territorial de todos os países, bem como a salvaguarda do Direito internacional.

A China também espera que a UE e Pequim comuniquem sobre assuntos importantes para a comunidade internacional, de forma a alcançarem a paz mundial. Aliás, devem ser estas duas potências a tentar procurar a paz num mundo volátil.

O responsável pelos Assuntos Europeus no ministério dos Negócios Estrangeiros chinês corroborou estas palavras, sublinhando que os dois lados “concordaram a trabalhar juntos para manter a paz, estabilidade e prosperidade no mundo”.

A UE e a China reuniram-se esta sexta-feira numa cimeira por videoconferência dominada pelo conflito na Ucrânia, com a participação do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e do Presidente chinês, Xi Jinping.

A par de Charles Michel, o bloco comunitário também esteve representado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.