Volodymyr Zelensky lamentou, esta sexta-feira, que a NATO não queira “admitir” a Ucrânia na organização militar. “Eu penso que é um erro porque se nos juntarmos à NATO, faremos a NATO mais forte. Não somos um Estado fraco”, argumentou o Presidente ucraniano numa entrevista à FOX News, acrescentando que o objetivo não é tornar a Ucrânia mais “forte à custa da NATO”. “Somos uma adição. Penso que somos um dos componentes importantes no continente europeu.”

O Presidente ucraniano já admitira que, para alcançar um cessar-fogo, a Ucrânia estaria disposta a não entrar na NATO e a permanecer um Estado neutral. Ainda assim, com estas declarações, parece ser mais uma imposição da Rússia do que propriamente a vontade de Volodymyr Zelensky. Na mesma entrevista, pediu ainda mais “mísseis e aviões” para o exército ucraniano.

Ucrânia admite não entrar na NATO se for garantida segurança do país

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Já no discurso diário ao país, desta feita partilhado nas redes sociais, Volodymyr Zelensky mencionou “duas partidas do dia das mentiras” por parte da Rússia. A primeira pelo anúncio da mobilização de jovens para o serviço militar obrigatório: “Será a morte para muitos”. O Presidente ucraniano apelou a que os pais das “crianças” os salvem. “Não os mandem para o exército. Façam tudo o possível para os manter vivos. Em casa.”

Além disso, a Rússia “está a tentar” enviar pessoas para o “exército” na Crimeia para lutar em outras partes da Ucrânia. “É uma violação da lei internacional humanitária e é um crime de guerra pelo qual tem de haver responsabilidade. E também é um argumento para aumentar as sanções contra a Rússia”, afirmou o Presidente da Ucrânia.

A segunda partida consiste no facto de as forças russas terem apontado alguns líderes temporários no sul do país. “Estão a ameaçar funcionários para cooperar com eles”, expôs Volodymyr Zelensky, que apelou para não colaborarem com os soldados da Rússia e deixou um aviso: “Haverá problemas para quem colaborar e para os ocupantes diretamente. É o último aviso.”

O Presidente ucraniano acusou ainda as tropas russas de estarem a “deixar minas em todo o território”. “Estão a deixar minas em casas, no equipamento e até nos corpos das pessoas que morreram. Há muitos fios de bombas deixados e muitos outros perigos.”

Indicando que as forças russas estão a sair do norte do país, “uma retirada lenta mas que já se nota”, o Presidente ucraniano alertou que ainda “são esperadas batalhas”. Pelo contrário, a situação “continua extremamente difícil” no leste do país. “Os militares russos estão a acumular-se em Donbass. Estão a preparar ataques poderosos.”

“Enfatizo novamente: ainda haverá batalhas duras. Agora não podemos pensar que passámos todos os testes. Todos almejamos a vitória. Mas quando ela virá todos a veremos. Todos sentiremos que a paz está a chegar”, sublinhou o Presidente da Ucrânia.