A conferência de líderes da Assembleia da República reunida esta manhã deu luz verde ao convite a Volodymyr Zelensky. O requerimento foi aprovado por maioria, ao contrário do que o PAN indicou inicialmente numa nota de imprensa divulgada pelo partido. O presidente ucraniano vai ser convidado a discursar no plenário do Parlamento através de videoconferência na semana de 18 a 22 de abril, mas será a disponibilidade de Zelensky a ditar a marcação.

Ainda com a reunião a decorrer, o PAN – Pessoas, Animais, Natureza enviou uma nota aos jornalistas a dar conta de que o requerimento — apresentado ainda na anterior legislatura –, tinha tido luz verde. A porta-voz da conferência de lideres, Maria da Luz Rosinha, confirmou no fim da sessão que a decisão “não foi consensual, foi por maioria“. O PAN justifica que “não ficou clara a posição inicial do PCP” e lamentou o erro.

No fim da reunião, o PCP explicou que “a realização de sessões com Chefes de Estado no Parlamento têm sido muito limitadas e na sequência de visitas institucionais a Portugal, o que não ocorre. Para além disso, a Assembleia da República deve ter um papel de não contribuir para a escalada de guerra, para a confrontação e corrida ao armamento, deve ser o oposto”, disse Paula Santos, a nova líder parlamentar, acrescentando que “a proposta não vai ao encontro do objetivo de defender a paz“, vincando “a solidariedade para com as vítimas da guerra na Ucrânia”.

A aprovação do convite ao presidente da Ucrânia era expectável, depois de os dois maiores partidos não terem colocado entraves à iniciativa. O convite terá agora que ser coordenado com o Presidente da República que é quem pode convidar Chefes de Estado estrangeiros a intervir em Portugal.

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Maioria dos partidos aprova convite a Zelensky. Palavra final é de Augusto Santos Silva

No final da reunião, o PAN mostrou-se satisfeito com a aprovação do requerimento. Também o lider parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, fez uma curta declaração para dizer que o partido “deu toda a liberdade” a Augusto Santos Silva para organizar a sessão de boas-vindas ao presidente ucraniano. A Iniciativa Liberal assegura, através do líder parlamentar Rodrigo Saraiva, que “a proposta teve a total concordância” do partido. O deputado único do Livre, Rui Tavares deu conta de que apresentou uma proposta para que Portugal declare Vladimir Putin culpado dos crimes de guerra e que levante uma investigação a esses crimes de guerra na Ucrânia “acionando os mecanismos de direito internacional”.

Quando o PAN apresentou o requerimento — durante a fase de dissolução do Parlamento — Eduardo Ferro Rodrigues entendeu que o convite devia ser feito com a Assembleia da República em plenitude de funções. Pouco mais de uma semana depois da instalação dos novos deputados, o órgão presidido por Augusto Santos Silva vai mesmo avançar com a sessão solene de boas-vindas ao presidente da Ucrânia.