O navio de guerra Moskva, um dos mais importantes e famosos da Marinha da Rússia, afundou-se, esta quinta-feira, no Mar Negro. Moscovo diz que a culpa foi um incêndio a bordo, mas a Ucrânia garante ter atingido a embarcação com mísseis Neptune fabricados na Ucrânia.
Segundo o ABC, estes mísseis — cuja denominação oficial é míssil de cruzeiro R-360, sendo Neptune o sistema que os opera– foram desenvolvidos tendo como base o míssil soviético Kh-35, mas com melhorias realizadas relativamente ao alcance, precisão e componentes eletrónicos usados. Fazem parte do arsenal das Forças Armadas da Ucrânia desde 2021, tendo sido formalmente adquiridos um ano antes. Podem ser lançados tanto de plataformas terrestres, como marítimas ou aéreas — o seu alcance máximo ronda os 300 quilómetros.
This is what the Moskva cruiser looked like before Ukrainian Neptune missiles hit the ship.#Ukraine #UkraineWar pic.twitter.com/4n3x5ZJqGI
— Anne Lionhart (@lionhea02905378) April 14, 2022
Os mísseis, equipados com um propulsor, podem atingir a velocidade de 900 km/h. Têm um peso total de 870 quilogramas, sendo que 150 quilogramas são da ogiva, e medem mais de cinco metros de comprimento e cerca de 40 centímetros de largura. Podem destruir alvos de até cinco toneladas, que atingem com a ajuda de um sistema de radar, conta a I News.
A peça de artilharia consiste num camião com um lança-mísseis equipado com quatro cargas, um camião que serve de centro de comando e dois camiões com munições extra, explica a Marca.
The Moskva was reportedly struck by Ukrainian-designed Neptune anti-ship cruise missiles. These only entered service in 2019. They apparently hadn't seen action before in this war. /6 pic.twitter.com/JclOT1Lzfp
— ChrisO_wiki (@ChrisO_wiki) April 14, 2022
O projeto para desenvolver estes mísseis começou em 2014, depois de a Ucrânia ter perdido cerca de 80% das suas embarcações navais com a ocupação russa da Crimeia. Em 2018, durante um teste à performance do material, um míssil Neptune conseguiu atingir um alvo a 100 quilómetros de distância, na região de Odessa.
Embora já tivesse sido utilizado em exercícios do exército ucraniano, a sua eficácia ficou comprovada ao ter abatido o Moskva, “joia da coroa” da marinha russa. O navio acabou por ficar “gravemente danificado” devido às explosões que ocorreram a bordo.
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Este foi o mesmo navio que terá bombardeado, no dia 25 de fevereiro, a Ilha da Cobra, localizada no Mar Negro, e onde estariam 13 soldados. Quando lhes foi pedido que se rendessem, os militares ucranianos responderam de forma contundente ao Moskva: “Navio de guerra russo, vai-te f****”
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