Três detidos pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) por auxílio à imigração ilegal foram condenados a penas de prisão entre os 4 e os 6 anos e meio, com posterior expulsão do país, anunciou a polícia, esta quarta-feira.

Os arguidos, de nacionalidade estrangeira, foram condenados pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa pela prática dos crimes de falsificação de documentos, auxílio à imigração ilegal e associação criminosa, um deles a uma pena de 6 anos e meio e o outro a 4 anos, com expulsão do território nacional após o cumprimento das mesmas e um terceiro condenado a 150 dias de multa.

O SEF explica em comunicado que “os condenados formaram uma organização criminosa para tirar partido da situação de imigrantes que necessitavam de documentação em Portugal e na Europa”, que foi desmantelada no final de 2020.

A mesma fonte acrescenta que “a rede criminosa internacional recorria à “darkweb” para vender diversos tipos de documentos de identificação, incluindo passaportes portugueses e de vários países europeus, assim como americanos e asiáticos”.

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“Os documentos eram, posteriormente, vendidos sob a forma de criptomoedas, o que lhes permitia, além do lucro, obter tecnologia de ponta para a elaboração de documentos falsos de elevada qualidade”, adianta.

No decorrer da operação, foram apreendidos centenas de documentos falsos, designadamente passaportes, cartas de condução, títulos de residência, cartões de cidadão e cartões de crédito e ainda desmantelado o laboratório de fabrico dos documentos, apreendidos computadores e impressoras de alta qualidade, bem como elementos de segurança utilizados no fabrico das falsificações.

Na investigação, o SEF cooperou com as autoridades do Brasil, Espanha, França e Reino Unido, contando também com a colaboração da Europol e da Interpol.

“Os arguidos emitiram para eles próprios documentação fraudulenta através da qual obtiveram a nacionalidade portuguesa, que agora lhes será retirada, com base na decisão condenatória”, refere ainda o SEF.