Continuam a ofensiva de larga escala russa na região leste da Ucrânia e a falta de entendimento para organizar corredores humanitários para a retirada de civis dessas zonas pelo terceiro dia consecutivo. Ao 55.º dia de conflito, Kiev reclama a morte de mais de 200 crianças e diz estar a investigar mais de 7.200 alegados crimes de guerra.
O que aconteceu durante a tarde e noite?
- Pelo menos 37 pessoas morreram no naufrágio do cruzador russo Moskva no Mar Negro, na semana passada, segundo o portal independente russo Meduza.
- Canadá impôs sanções a 14 indivíduos, incluindo filhas de Putin.
- O governador de Kharkiv, Oleg Sinegubov, avançou que pelo menos três pessoas morreram, e outras 21 ficaram feridas, vítimas de bombardeamentos à cidade, que fica perto da fronteira russa.
- Os Países Baixos vão enviar mais armamento pesado para a Ucrânia, avisou o primeiro-ministro Mark Rutte no Twitter, depois de ter tido uma conversa telefónica com o Presidente ucraniano.Também o Reino Unido e o Canadá anunciaram hoje que vão enviar mais armamento para a Ucrânia.
- O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu uma pausa humanitária de quatro dias na guerra na Ucrânia, por ocasião da Páscoa ortodoxa, visando a abertura de uma série de corredores humanitários em território ucraniano.
- A Rússia destacou 10 mil a 20 mil mercenários de países como a Síria e a Líbia para lutarem na região de Donbass, na Ucrânia, avança o jornal The Guardian, que atribui a informação a um dirigente europeu.
- O chanceler alemão Olaf Scholz acusou Vladimir Putin de crimes de guerra na Ucrânia.
- Comissão Europeia e Estados Unidos anunciaram mais sanções contra a Rússia e mais apoio financeiro à Ucrânia.
- O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, diz que Moscovo não pretende derrubar o regime na Ucrânia e quer que sejam os ucranianos a decidir sobre o seu futuro.
- A Rússia anunciou um cessar-fogo na fábrica de aço e ferro de Mariupol, avança a agência estatal russa RIA, remetendo para uma decisão do Ministério da Defesa. O cessar-fogo deve acontecer na quarta-feira, a partir das 14h (meio-dia em Lisboa).
- Mykhailo Podolyak, que tem liderado a delegação ucraniana nas negociações com a Rússia, diz que a “tragédia de Mariupol” deixou um acordo de paz mais longe de se concretizar.
O que aconteceu durante a manhã e início da tarde?
- As forças separatistas russas fizeram saber que atacaram fábrica em Mariupol onde estão cerca de mil civis;
- Em Lugansk os militares pediram aos civis que “saiam imediatamente”;
- A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, indicou que a Ucrânia recebeu 76 prisioneiros de guerra ucranianos numa troca feita com a Rússia.
- A União Europeia acusou a Rússia de “de propósito” destruir património cultural ucraniano;
- O Brasil defendeu a continuidade da Rússia no G20;
- A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, líder da Revolução Laranja de 2004, disse que com Putin “a Europa está em perigo”. Tymoshenko acusa o Presidente russo, Vladimir Putin, “está a cruzar muitas linhas vermelhas” na Ucrânia, o que coloca a Europa “em perigo”;
- A Rússia confirmou ataques aéreos e de artilharia contra o leste ucraniano;
- Também garantiu que desde o início da guerra Guterres não tentou contactar Vladimir Putin;
- Os militares ucranianos afirmam que há batalhas nas ruas de Kreminna que impedem retirada de civis;
- Ficou a saber-se que o Reino Unido não tenciona ajudar a trocar os dois militares britânicos capturados pela Rússia em Mariupol pelo oligarca ucraniano pró-russo Viktor Medvedchuk, detido pela Ucrânia;
- A Nova Zelândia anunciou nova ronda de sanções contra a Rússia, incluindo o banco central do país;
- Espanha fez saber que Sánchez vai Kiev para se encontrar com Volodymyr Zelensky;
- A ONU confirmou que desde o início da invasão russa já fugiram da guerra cinco milhões de ucranianos;
- Perante a expectativa sobre a reação do PCP na quinta-feira no Parlamento quando Zelensky falar, Jerónimo de Sousa diz que esclarecerá na quarta-feira o que farão os comunistas;
- A Rússia acusou os EUA e aliados de quererem guerra “até ao último ucraniano”;
- Lavrov disse que começou uma nova fase da “operação especial” na Ucrânia;
- O líder checheno pró-Moscovo prevê queda de Mariupol nas próximas horas;
- A Condé Nast, dona da Vogue Rússia fez saber que o título irá deixar de existir no país.
- O Pentágono negou que as forças russas — conforme anunciaram — tenham destruído um depósito de armas em Lviv;
- A Rússia terá 76 batalhões na região do Donbass, sendo que 11 chegaram nos últimos dias, segundo o departamento de Defesa norte-americano;
- De França há sinais que o bloqueio às importações russas pode estar mais próximo, com o ministro das Finanças a garantir o “empenho” do país em “convencer” todos os Estados-membros a validar o embargo;
- Este é o terceiro dia consecutivo sem corredores humanitários. A confirmação veio da vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk que acrescenta que continuam os esforços para corredores humanitários nas regiões de Kherson e Kharkiv;
- As autoridades ucranianas atualizaram há poucas horas o número de alegados crimes de guerra sob investigação: são agora 7.280. Quanto às crianças mortas, o número já ultrapassa as duas centenas (205) e 367 ficaram feridas na guerra;
Antes:
- Sergiy Volyn, comandante da 36.º Regimento, uma das forças de resistência ucraniana em Mariupol, disse que a cidade ainda é “ucraniana, diga o que disser propaganda russa”. “Mariupol pode ser salva. Estamos prontos para lutar até à última gota de sangue”;
- Os Estados Unidos da América também acreditam que a cidade portuária de Mariupol ainda não estará sob controlo russo;
- Josep Borrell, o alto represente diplomático da Comissão Europeia, condenou o “contínuo bombardeamento indiscriminado e ilegal” que as forças armadas russas estão a levar cabo na Ucrânia, que está a atingir “civis e infraestruturas”;
- Um bombardeamento na região de Donetsk provocou quatro mortos, disse o governador regional, Pavlo Kirilenko, na rede social Telegram;
- Na cidade de Irpin, 269 pessoas foram mortas por militares russos, avançou o chefe do departamento de investigação da Polícia Nacional;
- O ministro das Infraestruturas ucraniano, Oleksander Kubrakov, divulgou que a invasão russa já danificou 30% do total das infraestruturas ucranianas, num custo avaliado nos 100 mil milhões de dólares (cerca de 93 mil milhões de euros);
- A Casa Branca garante que Joe Biden, Presidente norte-americano, mantém a decisão de não visitar a Ucrânia;
- O Pentágono confirmou que a Rússia está a enviar mais soldados para a região do Donbass, no leste da Ucrânia. Além disso, Moscovo também está a enviar mais armas e material bélico para o mesmo território;
- Os Estados Unidos estão a considerar todas as opções possíveis para responsabilizar a Rússia pelas suas ações na Ucrânia e ponderam agora incluir o país como um estado patrocinador de terrorismo;
- Emmanuel Macron disse que o seu diálogo com o homólogo russo foi interrompido após ter descoberto os massacres que têm sido atribuídos aos russos na Ucrânia: “Desde os massacres que têm sido descobertos em Bucha e em outras cidades, a guerra tomou um rumo diferente, por isso não falei com ele diretamente de novo desde essa altura”;
- A governadora do Banco Central da Rússia admitiu que, desde que as nações do Ocidente impuseram sanções económicas ao país, Moscovo está a lutar para encontrar alternativas para as reservas monetárias em moeda estrangeira que foram congeladas.