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Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 55.º dia do conflito

Este artigo tem mais de 2 anos

Não há qualquer corredor humanitário previsto, pelo 3.º dia consecutivo, mas Kiev garante que continuam esforços em Kherson e Kharkiv. Em Mariupol há mil civis numa fábrica atacada pelos russos.

The main building of school number 25 in Zhytomyr, Ukraine destroyed after being bombed, March 11, 2022. Russian troops entered Ukraine on 24 February prompting the country's president to declare martial law and triggering a series of announcements by Western countries to impose severe economic sanctions on Russia.  MIGUEL A. LOPES/LUSA
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MIGUEL A. LOPES/LUSA

MIGUEL A. LOPES/LUSA

Continuam a ofensiva de larga escala russa na região leste da Ucrânia e a falta de entendimento para organizar corredores humanitários para a retirada de civis dessas zonas pelo terceiro dia consecutivo. Ao 55.º dia de conflito,  Kiev reclama a morte de mais de 200 crianças e diz estar a investigar mais de 7.200 alegados crimes de guerra.

Mapa do conflito

O que aconteceu durante a tarde e noite?

  • Pelo menos 37 pessoas morreram no naufrágio do cruzador russo Moskva no Mar Negro, na semana passada, segundo o portal independente russo Meduza.
  • Canadá impôs sanções a 14 indivíduos, incluindo filhas de Putin.
  • O governador de Kharkiv, Oleg Sinegubov, avançou que pelo menos três pessoas morreram, e outras 21 ficaram feridas, vítimas de bombardeamentos à cidade, que fica perto da fronteira russa.
  • Os Países Baixos vão enviar mais armamento pesado para a Ucrânia, avisou o primeiro-ministro Mark Rutte no Twitter, depois de ter tido uma conversa telefónica com o Presidente ucraniano.Também o Reino Unido e o Canadá anunciaram hoje que vão enviar mais armamento para a Ucrânia.
  • O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu uma pausa humanitária de quatro dias na guerra na Ucrânia, por ocasião da Páscoa ortodoxa, visando a abertura de uma série de corredores humanitários em território ucraniano.
  • A Rússia destacou 10 mil a 20 mil mercenários de países como a Síria e a Líbia para lutarem na região de Donbass, na Ucrânia, avança o jornal The Guardian, que atribui a informação a um dirigente europeu.
  • O chanceler alemão Olaf Scholz acusou Vladimir Putin de crimes de guerra na Ucrânia.

Chanceler alemão acusa Vladimir Putin de crimes de guerra

  • Comissão Europeia e Estados Unidos anunciaram mais sanções contra a Rússia e mais apoio financeiro à Ucrânia.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, diz que Moscovo não pretende derrubar o regime na Ucrânia e quer que sejam os ucranianos a decidir sobre o seu futuro.
  • A Rússia anunciou um cessar-fogo na fábrica de aço e ferro de Mariupol, avança a agência estatal russa RIA, remetendo para uma decisão do Ministério da Defesa. O cessar-fogo deve acontecer na quarta-feira, a partir das 14h (meio-dia em Lisboa).

Dentro de Azovstal. A cidade-fábrica de Mariupol onde a resistência aguenta até “à ultima gota de sangue”

  • Mykhailo Podolyak, que tem liderado a delegação ucraniana nas negociações com a Rússia, diz que a “tragédia de Mariupol” deixou um acordo de paz mais longe de se concretizar.

O que aconteceu durante a manhã e início da tarde?

  • As forças separatistas russas fizeram saber que atacaram fábrica em Mariupol onde estão cerca de mil civis;
  • Em Lugansk os militares pediram aos civis que “saiam imediatamente”;
  • A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, indicou que a Ucrânia recebeu 76 prisioneiros de guerra ucranianos numa troca feita com a Rússia.
  • A União Europeia acusou a Rússia de “de propósito” destruir património cultural ucraniano;
  • O Brasil defendeu a continuidade da Rússia no G20;
  • A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, líder da Revolução Laranja de 2004, disse que com Putin “a Europa está em perigo”. Tymoshenko acusa o Presidente russo, Vladimir Putin, “está a cruzar muitas linhas vermelhas” na Ucrânia, o que coloca a Europa “em perigo”;
  • A Rússia confirmou ataques aéreos e de artilharia contra o leste ucraniano;
  • Também garantiu que desde o início da guerra Guterres não tentou contactar Vladimir Putin;
  • Os militares ucranianos afirmam que há batalhas nas ruas de Kreminna que impedem retirada de civis;
  • Ficou a saber-se que o Reino Unido não tenciona ajudar a trocar os dois militares britânicos capturados pela Rússia em Mariupol pelo oligarca ucraniano pró-russo Viktor Medvedchuk, detido pela Ucrânia;
  • A Nova Zelândia anunciou nova ronda de sanções contra a Rússia, incluindo o banco central do país;
  • Espanha fez saber que Sánchez vai Kiev para se encontrar com Volodymyr Zelensky;
  • A ONU confirmou que desde o início da invasão russa já fugiram da guerra cinco milhões de ucranianos;
  • Perante a expectativa sobre a reação do PCP na quinta-feira no Parlamento quando Zelensky falar, Jerónimo de Sousa diz que esclarecerá na quarta-feira o que farão os comunistas;
  • A Rússia acusou os EUA e aliados de quererem guerra “até ao último ucraniano”;
  • Lavrov disse que começou uma nova fase da “operação especial” na Ucrânia;
  • O líder checheno pró-Moscovo prevê queda de Mariupol nas próximas horas;
  • A Condé Nast, dona da Vogue Rússia fez saber que o título irá deixar de existir no país.
  • Pentágono negou que as forças russas — conforme anunciaram — tenham destruído um depósito de armas em Lviv;
  • A Rússia terá 76 batalhões na região do Donbass, sendo que 11 chegaram nos últimos dias, segundo o departamento de Defesa norte-americano;
  • De França há sinais que o bloqueio às importações russas pode estar mais próximo, com o ministro das Finanças a garantir o “empenho” do país em “convencer” todos os Estados-membros a validar o embargo;
  • Este é o terceiro dia consecutivo sem corredores humanitários. A confirmação veio da vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk que acrescenta que continuam os esforços para corredores humanitários nas regiões de Kherson e Kharkiv;
  • As autoridades ucranianas atualizaram há poucas horas o número de alegados crimes de guerra sob investigação: são agora 7.280. Quanto às crianças mortas, o número já ultrapassa as duas centenas (205) e 367 ficaram feridas na guerra;

Antes:

  • Sergiy Volyn, comandante da 36.º Regimento, uma das forças de resistência ucraniana em Mariupol, disse que a cidade ainda é “ucraniana, diga o que disser propaganda russa”. “Mariupol pode ser salva. Estamos prontos para lutar até à última gota de sangue”;
  • Os Estados Unidos da América também acreditam que a cidade portuária de Mariupol ainda não estará sob controlo russo;
  • Josep Borrell, o alto represente diplomático da Comissão Europeia, condenou o “contínuo bombardeamento indiscriminado e ilegal” que as forças armadas russas estão a levar cabo na Ucrânia, que está a atingir “civis e infraestruturas”;
  • Um bombardeamento na região de Donetsk provocou quatro mortos, disse o governador regional, Pavlo Kirilenko, na rede social Telegram;
  • Na cidade de Irpin, 269 pessoas foram mortas por militares russos, avançou o chefe do departamento de investigação da Polícia Nacional;
  • O ministro das Infraestruturas ucraniano, Oleksander Kubrakov, divulgou que a invasão russa já danificou 30% do total das infraestruturas ucranianas, num custo avaliado nos 100 mil milhões de dólares (cerca de 93 mil milhões de euros);
  • A Casa Branca garante que Joe Biden, Presidente norte-americano, mantém a decisão de não visitar a Ucrânia;
  • O Pentágono confirmou que a Rússia está a enviar mais soldados para a região do Donbass, no leste da Ucrânia. Além disso, Moscovo também está a enviar mais armas e material bélico para o mesmo território;
  • Os Estados Unidos estão a considerar todas as opções possíveis para responsabilizar a Rússia pelas suas ações na Ucrânia e ponderam agora incluir o país como um estado patrocinador de terrorismo;
  • Emmanuel Macron disse que o seu diálogo com o homólogo russo foi interrompido após ter descoberto os massacres que têm sido atribuídos aos russos na Ucrânia: “Desde os massacres que têm sido descobertos em Bucha e em outras cidades, a guerra tomou um rumo diferente, por isso não falei com ele diretamente de novo desde essa altura”;
  • A governadora do Banco Central da Rússia admitiu que, desde que as nações do Ocidente impuseram sanções económicas ao país, Moscovo está a lutar para encontrar alternativas para as reservas monetárias em moeda estrangeira que foram congeladas.

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