Depois de este sábado ter sido revelada, através de uma jornalista que estava no lugar certo à hora certa, a visita surpresa da atriz Angelina Jolie a Lviv, no oeste da Ucrânia; este domingo de manhã as contas das redes sociais de Volodymyr Zelensky anunciaram que Nancy Pelosi, Presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, esteve em Kiev no mesmo dia, reunida com o Presidente do país, que a agraciou com a Ordem da Princesa Olga.
Durante o encontro, Pelosi, a mais alta representante do governo dos Estados Unidos a visitar a Ucrânia desde o início da guerra, reforçou o apoio da Casa Branca ao país. “Estamos aqui para vos agradecer pela vossa luta pela liberdade. Estamos numa fronteira de liberdade e a vossa luta é uma luta para todos. O nosso compromisso é estar ao seu lado até que a luta esteja terminada”, disse.
Eis um ponto da situação, para ficar a par do que aconteceu nas últimas horas da guerra na Ucrânia. Pode ler também o liveblog do Observador, onde todas as notícias sobre o conflito são atualizadas ao minuto.
O que aconteceu durante a tarde e a noite
- Cerca de 100 civis foram retirados da fábrica de Azovstal, em Mariupol. O Presidente da Ucrânia prometeu “encontrar” estas pessoas amanhã em Zaporíjia e saudou os “dois dias de verdadeiro cessar-fogo” em Mariupol, pela “primeira vez” desde o início da guerra. A operação de evacuação da fábrica deverá ser retomada na segunda-feira às 08h00 (hora local).
- A lenda do “fantasma de Kiev”, o piloto que teria abatido 40 aviões russos sozinho foi alimentada por autoridades, por políticos e pelas redes sociais. Mas, afinal, a força aérea da Ucrânia confirmou que não passou de um mito ou de uma “lenda urbana” para levantar a moral.
O fantasma de Kiev. Como começou o mito do “super herói vingador” que a Ucrânia já veio desmentir
- A Ucrânia está a aumentar a pressão sobre a União Europeia para avançar com novo endurecimento das sanções contra a Rússia, incluindo desta vez o embargo ao petróleo russo.
- A Procuradoria-Geral da Ucrânia já abriu 9.158 investigações a ataques russos que poderão constituir crimes de guerra.
- O dia 9 de maio é feriado nacional na Rússia, mas Lavrov garante que a data não será determinante para o decurso da guerra. “Os nossos soldados não vão basear as suas ações numa data específica”, disse garantindo que o país vai comemorar “vitória de forma solene”.
- O Papa Francisco expressou hoje a sua profunda preocupação com a guerra na Ucrânia. “Os meus pensamentos vão para Mariupol, cidade de Maria, barbaramente bombardeada e destruída.”
- Cerca de 100 grupos identificados estão a travar uma ciberguerra, a maior parte contra a Rússia. Estes hackers recrutam “espiões” e vazam informações confidenciais e acessos restritos na rede social Telegram.
Há uma guerra de hackers no Telegram. Recrutam “espiões” e vazam informação da Rússia e da Ucrânia
- Um avião russo de reconhecimento foi detetado hoje a violar o espaço aéreo da Dinamarca e o país vai convocar o embaixador da Rússia para explicar o incidente.
Ucrânia. Avião russo detetado a violar espaço aéreo na Dinamarca
- Em Portugal, o PCP anunciou que não vai participar na reunião por videoconferência que juntará deputados portugueses e ucranianos, na próxima terça-feira.
- O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que António Guterres teve “um papel fundamental” desde o início da guerra, uma vez que atuou com “prudência” e “bom senso”.
Ucrânia. Presidente da República destaca “papel fundamental” de Guterres
- Já o primeiro-ministro pediu “serenidade” sobre caso de refugiados recebidos por russos com ligações ao regime de Putin em Setúbal. António Costa alertou para “jogos de informações” da guerra recusando “alimentar suspeições” enquanto não existir uma investigação.
O que aconteceu durante a madrugada e manhã
- Começaram este domingo a sair do complexo metalúrgico da Azovstal, em Mariupol, os civis que lá estão abrigados há mais de um mês. De acordo com as autoridades ucranianas, foram 20 as primeiras pessoas a abandonar o local — os media russos falam em 25 pessoas, 19 adultos e seis crianças. Entretanto, as agências russas revelaram ao fim da manhã que já foi entretanto evacuado outro grupo, fixando o número de pessoas retiradas em 46. Recorde-se que as estimativas apontam para que sejam cerca de mil os civis concentrados naquele espaço;
- A Alemanha, um dos países que se opunha à contenção das importações de petróleo vindas da Rússia, manifestou-se agora “claramente” a favor do embargo, está a avançar a ZDF, citando diplomatas europeus;
- Em Kherson, cidade ocupada pelas forças russas onde esta madrugada foram cortados sinal de internet e rede móvel, passam a usar-se rublos a partir deste domingo, consubstanciando os receios de que o Kremlin se esteja a preparar para anexar a região, junto à Crimeia;
- Ihor Protokovyl, o autarca de Nova Kakhovka, cidade ocupada no oblast de Kherson onde este sábado foi erigida uma estátua de Lenine, foi raptado pelas forças russas no passado 19 de abril, denunciaram as autoridades locais também este domingo;
- Os moradores de alguns distritos de Kharkiv estão a ser aconselhados pelas autoridades ucranianas a permanecer todo este domingo em abrigos, mesmo que as sirenes de ataques aéreos não estejam a soar, dado o intensificar dos bombardeamentos russos na região;
- O Comando da Força Aérea ucraniana anunciou que destruiu dois aviões Sukhoi Su-25 russos e sete drones nas últimas 24 horas;
- Desde o início da guerra quase 5,5 milhões de ucranianos fugiram do país. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados, 5.468.629 pessoas já saíram da Ucrânia;
- O gabinete da Procuradoria-Geral da Ucrânia atualizou o número de crianças mortas desde o início do conflito, ressalvando que na realidade os óbitos deverão ser bastante mais numerosos, já que é impossível de apurar o que está a acontecer nos territórios sitiados e cercados. Desde 24 de fevereiro, segundo os dados oficiais, morreram 219 crianças, outras 404 ficaram feridas;
- O presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, propôs o confisco de bens comerciais aos países “não amigos” da Rússia;
- A Rússia justificou o ataque de sábado ao aeroporto de Odessa, no sul da Ucrânia, com mísseis de alta precisão, com o objetivo de destruir um hangar com armas e munições recebidas dos EUA e de países europeus.