A Turquia bloqueou, esta quarta-feira, o início do processo da adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, noticia o Washington Post, após as duas nações nórdicas terem formalizado o pedido de adesão.
Os Estados-membros da NATO falharam, por isso, um consenso sobre se devem iniciar conversações de adesão com a Finlândia e a Suécia, devido à insistência da Turquia.
Os diplomatas dos países membros reuniram-se na sede da NATO, em Bruxelas, depois de os embaixadores da Finlândia e da Suécia terem apresentado os pedidos formais de candidatura para aderir à organização militar, num movimento que marca uma das maiores consequências geopolíticas da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
O embaixador lituano, Deividas Matulionis, disse aos meios de comunicação suecos e finlandeses que os enviados tinham trocado pontos de vista sobre a sua segurança nacional. “A discussão foi sobre isto, mas cabe à Turquia comentar”, disse o embaixador.
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, fez também, esta quarta-feira, um ultimato à Suécia, que não pode esperar que a Turquia aprove a sua adesão à NATO sem devolver “terroristas”.
Num discurso proferido esta quarta-feira, citado pela Reuters, Erdogan pediu que nem a Suécia nem a Finlândia enviem delegações à Turquia para convencer o país a dar aval às adesões. Porquê? “Não nos devolvem terroristas”.
“Não nos devolvem terroristas, mas pedem-nos a adesão à NATO? A NATO é uma entidade para a segurança. Por isso, não podemos dizer ‘sim’ a que esta organização de segurança se veja privada de segurança”, disse.
Erdogan acusou a Suécia e a Finlândia de darem abrigo a pessoas ligadas a grupos que a Turquia considera terroristas, incluindo o grupo militante do Partido dos Trabalhadores do Curdistão e seguidores de Fethullah Gulen, que Ankara acusa de preparar uma tentativa de golpe de Estado em 2016.
A emissora estatal turca TRT Haber avançou, na segunda-feira, que a Suécia e a Finlândia não aprovaram a repatriação de 33 pessoas cujo regresso tinha sido pedido pela Turquia.