Há 87 anos, no dia 19 de maio de 1935, morreu o famoso militar, escritor e arqueólogo T. E. Lawrence, também conhecido como Lawrence da Arábia — sim, o homem que inspirou o clássico filme de 1962.

Nascido a 16 de agosto de 1888 no norte do País de Gales, Thomas Edward Lawrence mudou-se para Oxford com a família oito anos depois. Aqui, Lawerence estudou tanto arquitetura como arqueologia, e, em 1909, viajou para a Síria e a Palestina — então controladas pelo império (turco) otomano, conta o canal História.

Em 1911, ganhou uma bolsa para integrar uma expedição arqueológica em Hittite, junto do rio Eufrates, onde trabalhou durante três anos, aprendendo mais sobre a língua e a cultura árabe. Em 1914, quando eclodiu a guerra entre os impérios britânico e otomano, os mapas que Lawrence traçou da região de Sinai, na fronteira entre a Arábia e o Egito, revelaram-se de grande valor militar para o exército britânico.

O arqueólogo acabou por se alistar no exército e o seu conhecimento de árabe valeu-lhe uma posição enquanto oficial de inteligência no Cairo, onde passou cerca de um ano. Em 1916, acompanhou um diplomata britânico até à Arábia. Lá encontram-se com Hussein ibn Ali, emir de Meca e líder de uma revolta contra a governação turca. Lawrence conseguiu convencer os seus superiores a auxiliarem esta revolta. O oficial intérprete foi então enviado para representar os militares britânicos no exército de Faisal, filho de Hussein.

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De acordo com a BBC, em junho de 1917, as forças de revolta árabes capturaram a cidade de Aqaba e juntaram-se depois ao exército britânico na tomada de Jerusalém. Lawrence foi então promovido a tenente-coronel. Em novembro do mesmo ano, foi capturado pelos turcos, tendo sido torturado e abusado sexualmente enquanto esteve cativo.

Em outubro de 1918, Lawrence entrou, com as forças inglesas, em Damasco, terminando a guerra na península do Próximo Oriente. Depois da libertação da Arábia, Lawrence regressou ao Reino Unido, onde recusou as medalhas de louvor oferecidas pelo rei George V — o militar acreditava que o império britânico tinha ajudado a aumentar a discórdia entre as diversas tribos da Península da Arábia.

“Rainha do Deserto”: uma mulher das arábias

Em novembro de 1919, Lawrence, que trabalhava no seu livro de memórias, conseguiu uma bola de investigação na Universidade de Oxford, válida por quatro anos.  Por esta altura, as suas façanhas no Próximo Oriente e na região do Magrebe começavam-se a consolidar: um correspondente de guerra norte-americano, Lowell Thomas, iniciou em agosto do mesmo ano uma série de sessões de leitura ilustradas com “Allenby na Palestina e Lawrence na Arábia”, conta a Enciclopédia Britannica.

A 28 de agosto de 1922, com o auxílio do seu colega na guerra, o marechal do ar Hugh Trenchard, Lawrence alistou-se na Força Aérea do Reino Unido sob o pseudónimo John Hume Ross. Contudo, em dezembro do mesmo ano, a imprensa britânica descobriu o seu paradeiro e foi dispensando no mês seguinte.

Recorrendo de novo à ajuda de outro colega de guerra, desta vez Philip Chetwode, e novamente sob um pseudónimo, T. E. Shaw — uma homenagem ao seu colega George Bernard Shaw –, Lawrence alistou-se no Corpo Real de Tanques. Em 1925, contudo, acabaria por regressar à Força Aérea.

No ano seguinte, foi lançada uma edição privada do seu livro, “Os Sete Pilares da Sabedoria“, com apenas 128 cópias. Thomas Edward Lawrence regressou ao Reino Unido em 1929, depois de ter sido destacado para um posto na Índia. O escritor passaria os restantes seis anos da sua vida a trabalhar como mecânico para a Força Aérea.

O deserto, as tribos e a Revolta: as memórias do verdadeiro Lawrence da Arábia

Em fevereiro de 1935, Lawrence foi dispensado da instituição militar, tendo regressado a sua casa, em Dorset. No dia 13 de maio, sofreu um acidente enquanto conduzia uma mota. Morreu seis dias mais tarde, a 19 de maio de 1935.

Veja na fotogaleria acima algumas das imagens de Thomas Edward Lawrence, conhecido mundialmente como Lawrence da Arábia.