Os Estados Unidos não convidarão os representantes da Venezuela, liderada por Nicolás Maduro, nem da Nicarágua para a cimeira das Américas, em junho, em Los Angeles, declarou, esta quinta-feira, um responsável norte-americano.
“De forma alguma. Não reconhecemos a legitimidade desse Governo”, explicou Kevin O’Reilly, coordenador da cimeira, inquirido sobre a participação do Governo de Nicolás Maduro, numa audição no Senado.
O’Reilly também respondeu negativamente a uma possível participação do Presidente nicaraguense, Daniel Ortega, mas foi menos claro quanto ao envio de um convite ao Governo cubano.
Washington não reconhece a reeleição do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em 2019, nem a do Presidente Daniel Ortega para um quarto mandato, em novembro de 2021, na Nicarágua.
O Governo do Presidente democrata Joe Biden tinha indicado que Cuba, a Nicarágua e a Venezuela não estariam presentes na cimeira das Américas, porque “não respeitam” os princípios consagrados na Carta Democrática Interamericana, em vigor desde 2001.
O Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, gerou uma polémica regional ao condicionar a sua participação na cimeira a que a Casa Branca convide todos os países da região, incluindo Venezuela, Nicarágua e Cuba.
A sua posição foi secundada pela Bolívia, a Guatemala e vários países da Comunidade das Caraíbas (Caricom) que declararam, por sua vez, que não irão à cimeira se todos os países da região não forem convidados, ao passo que países como a Argentina, as Honduras e o Chile replicaram as críticas mas assistirão à reunião.
“Estamos a dialogar com o Governo mexicano e todos os Governos da região sobre a estrutura e a organização” do evento, precisou Kevin O’Reilly.
Entretanto, López Obrador fez saber hoje que comunicará na sexta-feira a sua resposta sobre a participação na cimeira das Américas, que se realiza entre 06 e 10 de junho em Los Angeles.
“Amanhã (sexta-feira) é provável, mas não garanto, vamos definir a situação sobre a cimeira. É provável, porque estamos a avaliar uma série de fatores”, disse o Presidente mexicano na sua conferência de imprensa diária, voltando a insistir que a sua assistência “depende de convidarem todos” para o evento.
Apesar de o Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, ter afirmado na quarta-feira que “em nenhum caso” assistirá à reunião, López Obrador comentou que “isso é outra coisa”.
“Quem não quer ir não vai, mas que não se exclua ninguém”, sustentou.
Perante a controvérsia, os países da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) realizam já nesta sexta-feira uma cimeira de chefes de Estado e de Governo, na qual o venezuelano Nicolás Maduro e o boliviano Luis Arce já confirmaram que participarão.