A Mercedes possui actualmente uma rede global com cerca de 6500 concessionários para as marcas Mercedes e Smart, dos quais aproximadamente 1000 estão na Alemanha. A vice-presidente da marca, Bettina Fetzer, informou que pretendiam anular entre 15% e 20% da rede de vendas, o que deverá acontecer até 2028 na Alemanha e até 2025 no resto dos países.
O construtor alemão pretende atingir 80% das vendas na Europa através do canal online em 2025, em que os concessionários são convertidos em agentes, os vendedores em especialistas demonstradores e os descontos “suicidas” acabam, passando os preços a serem fixos. Em resumo, adoptando um sistema similar ao implementado pela Tesla, com a diferença que o fabricante norte-americano investiu na sua própria rede de stores e oficinas, em vez de depender de pequenas empresas privadas para realizar esses investimentos.
Mercedes vai acabar com os concessionários. Passam a agência
O CFO da Mercedes, Harald Wilhelmn, assegurou que, com esta alteração para o agenciamento, a marca pretende obter um maior controlo sobre os preços de venda, bem como os respectivos descontos, que consomem uma grande fatia da margem de lucro do construtor. Em complemento ao já anunciado abandono dos modelos das gamas mais baratas, a Classe A e a Classe B, a Mercedes pretende apostar nos veículos mais refinados e dispendiosos, criando ainda agentes especializados para as gamas de modelos mais exuberantes, nomeadamente os AMG e os Maybach.
Mercedes acaba com três modelos pequenos para ganhar mais com os grandes
Demonstrando que sabe o que vem aí, a Mercedes – que sempre possuiu postos de venda na Europa – vendeu 25 dos concessionários que detinha no Velho Continente logo em 2021, quando já eram conhecidos os planos de distribuição para o futuro.
Os concessionários convertidos em agentes recebem apenas uma comissão em troca da entrega dos veículos novos aos clientes que decidirem levantá-los nas suas instalações, o que equivale a cerca de 1/5 da percentagem que recebiam anteriormente.
Bettina Fetzer admitiu ainda que a marca vai necessitar de “menos espaços de exposição de grandes dimensões”, à medida que for transitando para as vendas directas. “Isto vai-nos permitir conhecer melhor o nosso cliente, ainda que através do online, conhecimento que, até aqui, era específico dos concessionários”, sublinhou.